Portugal nam deixarei de hir avisando o que for sucedendo e instruçam de Vossa Excellencia.

Roma 19 de Dezembro de 1644.

para aviso

De Vossa Excellencia-a quem de novo supplico como seu devotissimo e verdadeiro servidor a não façer motivo da sua pessoa pera facer jornada pera Roma até não ter carta do Doutor Monteiro, estando em Roma pouquo maduros os negocios de Sua Magestade, e não quisera ver a Vossa Excellencia senão que com muyto gosto-Devotissimo et obligatissimo.. .. Ferdinando Brandano.

Senhor Conde Almirante 2.

Carta d'el-Rei ao Conde da Vidigueira,
Embaixador em França

1644-Dezembro 31

Conde Almirante Embaixador amigo. Eu ElRey vos envio muito saudar, como aquelle que amo. Logo que aqui chegou nova do fallecimento do Pontifice Urbano, mandey ver por Ministros de toda a satisfação se conviria que com occazião da vacante da See Apostolica mandasse sahir destes Reynos ao Vice Collector, e seus officiais, em ordem ás consequencias que me propoz Fernando Brandão com a inclusa em carta vossa de 11 de Setembro; e com o que se me consultou, ouve por bem resolver que se não fizesse novidade, esperando mais da justiça do novo Pontifice, que de outro qualquer meyo, ainda que se manifestasse tão efficaz, como o da expulsão do dito Vice Collector. Escrita em Lisboa a 31 de Dezembro de 1644.-Rey

Para o Conde da Vidigueira".

scrito: Por ElRey-A Dom Vasco Luis da Gama, Conde da Vidigueira, Almirante da India, do seu Conselho e seu Embaixador em França.

ADDITAMENTO

Carta do Doutor Antonio Pinto a el-Rei

1583-Maio 23

Senhor-Antre outras cartas que receby de Vossa Magestade aos xx deste mes, vinha hua feita em viiij de março, per que mandou significar a satisfação que recebera do que fiz de minha parte no despacho da legatia de Portugal em pesoa do Serenissimo Cardeal Archiduque e a diligentia com que se despacharão e enviarão as letras do Arcebispado de Goa, e do palio. Beijo a Real mão de Vossa Magestade por esta merce que he grande consolação a quem serve, como deve, entender que seu serviço e trabalho seija accepto.

Diz Vossa Magestade nesta mesma carta que me quer mandar responder mais particularmente do que podia ser ao tempo que se fez aquelle despacho, sobre a materia da incorporação dos mosteiros nas congregações: e que entretanto proceda no que sobre ella me tem mandado.

Pareceo devido advertir de novo Vossa Magestade que o Papa se ha por demasiadamente importunado de mim nella porque me disse a semana antepassada que lhe não devia fallar mais nisto, pois tinha entendido sua vontade e me tinha respondido tantas vezes, e que os Cardeaes de Como e Maffeo a quem Vossa Magestade mandou escrever, vendo que o Papa se lhes mostra difficil não lhe querem dar enfadamento: Parece me que algua cousa poderia aproveitar mandar Vossa Magestade ao Conde de Olivares que fallasse nella a Sua Santidade porque The terá mais respeito, e entenderá que preme o effecto della a Vossa Magestade, e eu terei o cuidado de informar o Conde de tudo o que for necessario pera elle poder nella proceder.

TOMO XII.

54

O Papa fiqua com prospera saude, entrado no duodecimo anno de seu Pontificado, e certo que mostra tal disposição que parece durará outros doze annos pello menos, e no collegio dos Cardeaes não se vê pesoa mais conveniente que a sua pera bom governo da igreja.

De Veneza me enviou hum gentilhomem hum macette de cartas pera Vossa Magestade que envio com esta, eu tive tambem carta do capitão do Capitão (sic) dormuz de xxjx de março do anno passado, na qual não me diz cousa algua do estado daquellas partes: Vierão estas cartas em hũa nao venezeana, que veo de Tripoli de Soria (sic) neste mes: Nem se offrecendo outra cousa nosso Senhor guarde e acrecente a vida e Real estado de Vossa Magestade, de Roma xxiij de Mayo M. D. lxxxiij. O doutor Antonio Pinto'.

Carta de Francisco Vaz Pinto a Lopo Soares

1591-Abril 14

Senhor-A 10 deste mes chegou ca o ordinario com as cartas de 23 de fevereiro, e por elle receby a de Vossa merce desta data, pella qual entendo a vontade que tem de me fazer merces, que corresponde bem com as obras, que vejo nas occasiois, e com o que o senhor Antonio Pinto me escreve que devo a Vossa merce pella lembrança, e cuydado com que trata de me fazer merces, as quais eu reconheço no animo e gratidão como sou obrigado em quanto não posso per outra via servillas: E porque tenho escrito a Vossa merce quanto basta no particular de minha pretensão em se dever tomar resolução sobre minha estada e assentar se me sallario com que possa servir não quero mais cansallo neste particular, esperando que Vossa merce em tudo me fara as merces que costuma.

As cartas que pedy pera o Papa e Cardeal Sfrondato sobre minha Agentia e serviço vierom por via de Madrid, e a do Papa que veo primeiro The presentey, e Sua Santidade responde a Sua Magestade o que Vossa merce vera pella copia que aquy lhe mando.

ARCH. NAC., Corp. Chron., Part. 1., Maç. 111, Doc. 101.- Sobrescrito: A ElRey Nosso Senhor.

Com esta serão as bullas de mil cruzados de pensão sobre o Arcebispado de Lisboa que Sua Magestade mandou nomear ao mosteiro de Belem por xx annos mas nem Sixto v.o nem este Papa a quiserom conceder mais que por xv: a despesa se fez a custa dos frades que mandarom credito de Eytor Mendez a quem escrevo o custo que se fez.

que

Escrevi a Vossa merce como tinha despachados todos os breves Sua Magestade mandou pidir pera prover de comendas a pessoas que não servirom em Africa, e pello mesmo correo mandey os breves de Alexandre de Sousa, Dom Fernando Carrilho, Simão da Gama Fragoso, D. Manoel da Cunha, Paulo Affonso Nogueira, que tinhão dado ordem pera os custos. Fiquão esperando esta ordem Ruy Diaz de Meneses, Nicolao de Faria, Pero da Costa, D. João da Cunha e João de Mendoça.

Pella carta que escrevo a Sua Magestade vera Vossa merce as diligensias que ca usarom os procuradores do dottor Francisco Fernandez Galvão pera se proverem de dispensação, sem esperar as diligencias que conforme ao breve se deverão fazer, e estava ordenado pello Cardeal Sfrondato que se fezessem, como se vera pella sua carta ao Arcebispo de Evora, com cujo favor ysto se negoceou.

Dey conta a Sua Magestade como estes ministros novos do Papa pretendem introduzir prover beneficios a forasteyros do Reyno dizendo. que não ha ley nem costume que o prohiba, ao que me oppus, mas por o negocio ser grave, e ser qua muyta contradição, cumprira que se Sua Magestade o quiser defender, como parece razão, que escreva ao Papa, e ainda seria bom neste pontificado pretender hua bulla per que ysto se prohiba perpetuamente.

O Mestrescollado de Braga se concedeo a Sua Magestade pera a pessoa que mandar nomear, não se dilate a nomeação, e o senhor a quem tocar envie ordem pera consentir pensão e dar della francas banquarias, porque doutra maneira não se lhe dara.

O negocio de visitar limina Apostolorum, não se melhorou ategora em dar licença aos bispos pera cumprir ysto com mandar ca nomear hum procurador que o faça em seus nomes. E com tudo Vossa merce faça que o senhor Bispo de Ceyta me mande sua procuração, e hum instrumento das causas que tem pera não poder vir nem mandar pessoa de la, e hua relação do estado daquelle bispado, e veremos se ysto se pode remedear.

Ao padre Luis de Moraes dey o recado de Vossa merce a que cuydo

respondera, o ar de Roma não lhe he favoravel, e assy me parece determina de o mudar cedo, e tornar se a Vossa merce cuja muyto illustre pessoa (?) nosso Senhor guarde. De Roma 14 de Abril dia de Pascoa que Deus de a Vossa merce muy boas de 1591.

Bejo as mãos de Vossa merce-Francisco Vaz Pinto.
Senhor Loppo Soarez'.

Carta de Francisco Vaz Pinto a Lopo Soares

1591—Novembro 25

Senhor-Por hum correo extraordinario que partio aos 18 deste mes escrevy a Vossa merce e disse como o P. Delbe (?) recebera hua carta sua de 25 de Settembro escrita na quinta onde estava retirado até convalecer de suas indisposições, de que permitta nosso Senhor dar lhe a perfeyta saude que deseja, e seus servidores lhe desejamos. Nesta me diz Vossa merce como no mesmo dia fallara ao senhor Miguel de Moura em meu particular, e teria lembrança de continuar em me fazer merce: certifiquo a Vossa merce que tenho nisto tanta confiança, que nenhũa outra me da alento a continuar este trabalho, e por sua mão espero sair delle, que verdadeyramente ysto entendo he o que me mais cumpre, porque estou desenganado que eu com minha fazenda não posso viver em Roma como cumpre a Ministro de Sua Magestade neste cargo, e que o de la corre tam devagar e com tanta violentia, que não bastão os favores de todos os senhores que me desejão fazer merces, e as instantias que meu tyo me escreve faz, de maneira que no estado em que oje me acho cuydaria fazerem me grande merce se me provessem pera pagar o que estou devendo, e começar de novo a mindigar pera o diante viver que... pera minha condição estremamente traba.. verdadeiramente folgaria sair daquy, enviando... Magestade outra pessoa pera este lugar, e se fosse servido dar me a mym la outro conveniente em que podesse servir o farey, e quando não farey o que me mandarem. Porem orde

...

1ARCH. NAC., Corp. Chron., Part. 1.', Maç. 112, Doc. 79.- Sobrescrito: Ao muyto Illustre Senhor Lopo Soares Secretario de Sua Magestade-meu Senhor-Lisboa.