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DIRECÇÃO DA SOCIEDADE

ANNO DE 1896

PRESIDENTE

FRANCISCO FERREIRA DO AMARAL

VICE-PRESIDENTES

ADOLPHO FERREIRA DE LOUREIRC
J. DE OLIVEIRA PIRES

J. C. RODRIGUES DA COSTA
GUILHERME DE BRITO CAPELLO

SECRETARIOS GERAES

LUCIANO CORDEIRO

ERNESTO DE VASCONCELLOS

VICE-SECRETARIOS

JERONYMO DA CAMARA MANOEL
VICENTE ALMEIDA D'EÇA

THESOUREIRO

LUIZ DIOGO DA SILVA

VOGAES

ALBERTO ALEXANDRE GIRARD

CARLOS R. DU BOCAGE

RENATO BAPTISTA

MANUEL RAPHAEL GORJÃO
POLYCARPO P. FERREIRA DOS ANJOS

A Sociedade não toma sob a sua responsabilidade as opiniões dos auctores dos artigos publicados no Boletim

Casa da Sociedade - Rua das Chagas, n.o 5

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A celebração em Lisboa, em 1897, do quarto centenario do descobrimento, pelos portuguezes, do caminho maritimo para a India, não é unicamente a consagração de um emprehendimento nacional isolado; é a glorificação de um feito ao qual o mundo civilisado presta homenagem á memoria dos intrepidos marinheiros que do extremo occidente da Europa, abriram caminho por mares nunca d'antes navegados ao commercio, á civilisação e ao christianismo.

Aquelle facto historico tem sido devidamente apreciado; por ninguem, porém, em termos mais sympathicos do que pelo reverendo Lafitau na sua Histoire des découvertes et des conquêtes des portugais; o qual movido por um sentimento nobre e generoso, exclama: «Quoi de plus illustre que d'avoir apporté à tous les peuples de l'Europe les facilités du commerce, dont ils jouissent aujourd'hui, en leur traçant une route jusqu'alors inconnue pour rassembler chez eux les trésors et les richesses des pays les plus reculés?»

De facto, o caminho maritimo para a India fôra primeiro traçado por Bartholomeu Dias, até o grande promontorio, em 1486, por elle denominado Cabo Tormentoso. Aquelle nome fôra logo depois mudado para Cabo da Boa Esperança por el-rei D. João II. O complemento, porém, da grande obra, é devido a Vasco da Gama, o qual desembarcou em a cidade de Calecut a 22 de maio de 1498, e em 25 de novembro de 1510 estabeleceu residencia em Gôa.

A influencia portugueza espalhara-se rapidamente sobre toda a pe ninsula indiana; chegára ao Mar Persico, a Ormuz, a Aden, Socotora, Malaca, ás Molucas, a Macau, ao litoral da China e ao Japão.

Em seguida, os mesmos ousados exploradores construiram as fortalezas de Ormuz, Cochim, Coulão, Calecut, Maldiva, Diu, Damão, Cananor e Sofala e fizeram tributarios aos reis de Portugal, os reis de Ormuz, de Fidore, de Ceylão, de Melinde, de Zanzibar, de Quilaa, de Betecala e de Paeem.

Merecem especial menção os assignalados feitos de Affonso de Albuquerque, na costa da Arabia; dos Almeidas, dos Athaydes, os de Lopo Vaz de Sampaio no destroço da armada do Samorim, e os de Antonio da Silveira no primeiro cêrco de Diu, em 1538; como tambem os de D. João de Castro, e de D. João Mascarenhas, no segundo cêrco de Diu em 1540, quando se cobriram de gloria, fazendo levantar o cêrco, pondo o inimigo em debandada.

Terminada a lucta em 1540, o poder de Portugal tornou-se supremo nos mares da India. A Portugal egualmente cabe a gloria de ter introduzido na India a fé christä.

Por bulla de Leão X: Pro excellente magistro, etc., fôra estabelecido na ilha da Madeira o real padroado de Portugal. Mais tarde, reconhecida a utilidade de fazer chegar á Asia os effeitos salutares d'aquella instituição, e tendo Portugal concedido grandes subsidios (doação) para sua sustentação, o padroado foi confirmado por bulla papal : Aequm reputamus, de 3 de novembro de 1540, e creado o arcebispado primaz do oriente com residencia em Gôa.

Os beneficios devidos áquella veneranda instituição são reconhecidos por auctoridades competentes. Monseigneur Zaleski, legado papal (Voyage à Ceylon et aux Indes, 1887), affirma, entre outros factos por elle presenceados: «Dans ce Séminaire Patriarchal de Richol, le recteur seul est un européen. Tous les élèves sont indiens indigènes, et je puis affirmer qu'il differaient peu des séminaires que j'avais visité en Europe». E accrescenta: «Mais voici que, dans les Indes portugaises, tout le clergé est indigène et il n'est pas inférieur à celui de beaucoup de diocèses de l'Europe; j'ai vu plus d'une, même en Italie, dont le clergé est inférieur à celui de Goa».

Entre os christãos asiaticos, os da ilha de Ceylão tornam-se notaveis pela sua fidelidade ao real padroado; têem cuidadosamente transmittido, de paes a filhos, a historia da conversão de seus maiores pelos padres portuguezes da ordem de S. Francisco, em 1577, mandados expressamente pelo vice-rei das Indias, o duque Constantino de Bragança; e sabem que muitos dos seus antepassados foram barbaramente martyrisados, por suas crenças, em 1658, pelos hollandezes, figurando entre as victimas o padre asiatico Caldero, barbaramente assassinado. Tradições historicas d'esta ordem não mor

rem.

O asiatico catholico é inabalavel na sua fé; negar-lhe essa legitima aspiração, importa uma grave offensa; reage e jamais se submette a quem o contraría.

Convicto d'esta verdade, o governo britannico evita contrariar os sentimentos religiosos dos seus governados asiaticos, por estar con

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