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Ill.mo e E. Sr. Acabo de ler com ineffavel prazer no Diario do governo a Portaria de 14 do corrente, em que o Ministro dos Negocios Estrangeiros faz os mais justos, e tambem os mais amplos e cabaes elogios ás publicações de V. E., e, particularmente, à Collecção dos Tratados e concertos de pa

zes.

Dou a V. sinceros e cordeaes parabens.

É diploma sobremaneira honroso para V. E., e não o é menos para o Ministro que o assignou, e admiravel pela substancia e pela forma.

Não parece escripto n'estes mofinos tempos de tamanha decadencia moral, e, permitta-me dizel-o, de tão frequentes e continuadas aberrações da să e castiça linguagem portugueza, nas proprias repartições do Estado. Assignala-o sobretudo uma formosa caracteristica, um profundo sentimento catholico. Ressuma de todas as letras da Portaria o conceito: Non erubesco Evangelium.

Parece-me que V. E. devia juntar a este volume xi o transumpto de tão notavel Portaria. Se o não fizer remediarei a falta, comprando o Diario do Governo, e extrahindo-lh'a, para a juntar ao meu exemplar.

Se teve dissabores, bem compensado se deve reputar com tantas demonstrações benevolas de nacionaes e estranhos, e agora com esta official, dada por um Ministro recto e illustrado.

Repito os meus sinceros e cordeaes parabens.
Sou com a mais affectuosa e agradecida estimat

De V. E.

Verdadeiro e muito obrigado amigo

e reverente servo,

Francisco Antonio Rodrigues de Gusmão.

Coimbra, 23 de julho de 1886.

E. amigo Sr. Biker.-Vejo-me novamente obsequiado pela offerta dos ultimos tres volumes da importantissima publicação de V., cujo valor e alcance seria ocioso eu querer exaltar.

O nome de V., vinculado a obra de tanto merito, tem para mim mais um titulo de reconhecimento, por me contemplar com tão valioso dom, que tão cordialmente agradeço, como cordial é a estima e veneração com que me prézo de ser

De V. E.

Amigo obrigadissimo,

Lisboa, 22 de julho de 1886.

Carlos Testa.

Ill.mo e E. Sr.-Faz muita honra a V. E., e ao Sr. Barros Gomes a Portaria em que V. E. é merecidamente louvado pelas suas importantissimas publicações, e prodigiosa actividade.

Ha muito tempo que não leio no Diario um documento que tanto me satisfizesse, e tão bem pensado, e tão sabiamente redigido.

Dou a V. E. muitos e muitos parabens, e faço votos para que gose muitos annos do seu trabalho e da sua gloria.

E n'este verão não vem ao Norte? Se vier, sabe que tem aqui este Paço, e o habitante muito à sua disposição, e que sou sempre

De V. E.

Amigo muito affectuoso venerador e obrigado,

Manuel, Bispo Conde.

Coimbra, 25 de julho de 1886.

B

Agualva, Quinta da Nora, aos 27 de julho de 1886.

Meu prezado Amigo e E. Sr. Biker.-Juntas encontrará as provas da minha tradução da carta do embaixador veneziano.

Se eu soubesse que V.a E. queria dar-me a honra de fazer imprimir no seu livro e com o meu nome essa tradução, teria eu usado outra ortografia. Quando li ao meu amigo o manuscrito, observei-lhe, que eu tinha empregado nele ortografia, que nem é a de que uso ha anos, nem a da Imprensa Nacional; que ela é rigorosamente etimolójica, histórica, como o é a de que uso, e conservadora porque mantém quantos ph, th, y, etc., etc., nos provêem da transcrição latina de vocábulos gregos, etc., etc. Respondeu-me V.a E. que deixava ir o manuscrito como estava e queria que assim fosse composto e impresso.

Os críticos vão dizer agora que eu uso de duas ortografias. Eles coitados usam de várias na mesma pájina, na mesma linha e até, já vi, numa só palavra algumas vezes. Mas julgam que usam de uma só ortografia. Pois digam os críticos o que quiserem.

V. E. pediu-me que eu visse as provas, e eu, na bồa fé, não passei à minha tradução à minha actual ortografia.

Fica em seu livro, meu bom amigo, um documento do modo pelo qual entendo que se deve ortografar a lingua portuguesa, quando se queira manter a absurda mania de se empregarem símbolos sem significação na lingua para cujas expressões os querem fazer servir!

Não falemos disto mais. Falemos um pouco do seu livro.

Todos os volumes da sua obra são apreciáveis. V.a E. prestou notabilíssimo serviço ao país. É ela um tesouro de valor subido ao alcance de todos os estudiosos, inexaurível, e com tanto maior valor quanto maior fôr o número dos individuos que dele se utilizem; pois que serão as fôrças vivas, representadas pelos novos trabalhos, derivadas das suas próprias fôrças, meu bom amigo.

V.a E. sabe quanto me empenho em que se estude histó

ricamente a Índia. Não me ocupo, é verdade, em investigações de assuntos que datem para cá do século XVI; — não podemos ocupar-nos de tudo e em tudo! — Mas a questão do Padroado português na Índia é tão vital para nós Portugueses, que fiz dela excepção e tenho-a estudado um pouco.

A sua obra, meu E. amigo, é indispensável a quem, aínda que pela rama, queira fazer idea do que é e do que vale o Padroado português na Índia.

Em 1882 escrevi e apresentei ao Ex.mo Sr. Mello Gouveia, Ministro da Marinha, uma Memória em que lhe mostrava qual a importància do estudo do sámscrito e literatura samscrítica para as missões indianas. S.a Ex.a nomeou-me membro da «Commissão encarregada do estudo da reforma do serviço das missões ultramarinas ». Era uma comissão muito notável esta!! Tomei-a a sério, e consegui que ali fosse discutida a minha Memória. Encontrei profunda ignorància das cousas por mim referidas, e reacção viva, tenaz, que me obrigou a sustentar a discussão em várias sessões durante muitos mezes.

Venci, porém, na luta; e tive depois a injenuidade de crer que a vitória fosse de proveito para as cousas pátrias! Em quanto contra mim tive a actividade, a enerjia, pude lutar; mas veiu outra força, a da resistència passiva, e eu fui vencido. Teve essa glória o ministro de quem nunca esperei tal desprèzo, por ser moço, intelijente, e erudito!!

Dizia eu naquela Memòria:

«As palavras de Forbes Watson, citadas por mim no meu relatório enviado de Paris em 15 de janeiro de 1877, por serem as de um prático e exímio administrador que de visu conheceu as necessidades da Índia e meios de as remediar, seriam o bastante para chamar as atenções dos poderes do Estado para o interesse capital do estudo histórico da Índia, principalmente quando esse Estado vai sendo dia a dia esbulhado de seus direitos por estranhos poderes e potencias que bem teem compreendido quão vital é aquele estudo para

a resolução dos problemas politicos, comerciaes e administrativos daquele vastissimo território.

«Nós, àparte a desgraçada Goa e não menos infelizes Damão e Diu, temos ali interêsses que urje salvaguardar, por honra nacional e fé cristã que todo governo português nas condições actuais tem obrigação de defender.

V. Ex.a sabe que o Padroado português no Oriente não é um privilėjio, é um direito, e que os tribunais ingleses, desejosos sempre de se mostrarem respeitosos do direito de quem o tem, embora a diplomacia possa depois cortar politicamente esse direito, a favor da nação británica, teem sempre proferido sentença a favor do nosso direito ao Padroado, o qual na frase de um Núncio se estende por todo o território da India inglesa além do português dominio.

«Desde 1740 que o mundo cristão conhece qual é a vantajem que o missionário tem se entra no intimo e mais recóndito pensar do Índio... Desde então jamais deixaram de se aproveitar dela todos os que desejaram lançar-nos fóra da India; e com a posse, que as armas foram tomando, do que por feitos d'armas ali possuíamos, a posse espiritual vão ajuntando do que espiritualmente governávamos e tanto poderio temporal acrescentava ao nosso império desejado.

«Cubica e previdência estranha nos diminuiu, e de todo quási! de todo! nos arrancou o cetro que por descuido e ignorância nossa frouxamente comandava.

«Diminuido o cetro como hoje está, ele mal se vê sôbre as terras do Oriente, outrora vasto Estado que nem por estado temos, pois no'-las deixaram inimigos, não para memória, que desejam apagar, do muito que possuíamos, mas para mágoa considerado o pouco que agora temos!

«Assim o lastimava já, em 1663, o P. Manuel Godinho. E quantas ciladas, quantos descuidos, quantos ardis, quanta cegueira, quanta subtileza, e quanta ignorancia!! de estranhos os embustes e o saber, de nós a simplicidade condenável e a obcecante ignávia, e o desprezo pelos homens que vão animosos, lonje da pátria, a honra da pátria guardar

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