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223467

CORRESPONDENCIA

DE

DIOGO BOTELHO

(Governador do Estado do Brazil )

(1602-1608)

Copia paleographica extrahida da Torre do Tombo

CORRESPONDENCIA DE DIOGO BOTELHO

Comquanto incompleta a collecção de documentos reunidos sob o titulo acima, fornece todavia fartos subsidios á nossa historia: refere-se a Diogo Botelho, a quem, em boa hora, o rei Felippe III, da Hespanha è II de Portugal, confiou os destinos do Brazil, nomeando-o Governador Geral, em substituição a D. Francisco de Souza.

A Correspondencia justifica plenamente o que de Diogo Botelho escreveu o Visconde de Porto Seguro: foi «individuo mui distincto pelas luzes, probidade, caracter e tino do mando».

Além de outros meritos, offerece a Correspondencia dados sobre a biographia de Botelho, explica varios successos resumidos em diversos historiographos, esclarece duvidas e, emfim desenvolve á vista do leitor a situação politica e administrativa da Colonia nos primeiros tempos do seculo XVII.

Fazendo a synthese dos precitados documentos, guardaremos para o fim as cartas endereçadas pelo monarcha ao seu representante. São ellas a approvação dos actos postos em pratica pelo mesmo Botelho.

Filho de Francisco Botelho, Capitão de Tanger e Estribeiro-Mór do Infante D. Fernando, nasceu Diogo

em Lisboa. Foi sua mãe D. Brites de Castanheda, filha de Ruy Dias de Castanheda.

Das muitas mercês que, desde 1565, recebeu dos monarchas, se conclue que Diogo Botelho acompanhou a D. Sebastião na jornada da Africa, com dois navios, varios homens de cavallo e dois arcabuzeiros, tudo á sua custa. Ficou ferido na batalha de Aljubarrota e captivo dos infieis, gastando grandes sommas para seu resgate e de seus companheiros. Seguiu a parcialidade de D. Antonio, Prior do Crato. Depois da batalha de Alcantara, cahiu em poder dos Hespanhóes. Foi perdoado por Felippe II, conforme se infere de frei Vicente do Salvador.

Narrando este historiador franciscano a chegada de Diogo Botelho á Bahia, de regresso de Pernambuco, escreve o seguinte: «Estão as casas d'El-Rey, em que os governadores moram, defronte da praça, no meio da qual estava o pelourinho donde o Governador o mandou logo tirar pera o passar a outra parte onde o não visse, porque dizia que se entristecia com a sua vista, lembrando-se que estivera já para ser degolado por seguir as partes do Senhor D. Antonio,, culpa que Sua Magestade lhe perdoou por casar com uma irmã de Pedro Alvares Pereira que era secretario na Côrte. »

Cita a Correspondencia o nome desta senhora D. Maria Pereira, cuja progenitora foi D. Isabel Mariz, filha de Lopo de Mariz, conforme Diogo Barbosa Machado, III, 639.

Pelo que lemos na referida Correspondencia, parece que o perdão foi devido a D. Nuno Alvares Pereira, que exercia grande influencia na Côrte e a quem D. Antonio Caetano de Souza chama o Grão Secretario.

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