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Confessamos a este respeito a nossa perplexidade. O proprio nome que damos ao continente americano não parece mais exacto.

Lund expoz razões consideraveis que permittem acreditar que o plateau central do Brazil constituia já uma gran. de extensão de terra firme, quando as outras partes do globo se achavam ainda immersas no pelago oceanico ou apenas surgiam aqui e ali sob a forma de ilhas pouco consideraveis.

Dado que se viesse a confirmar scientificamente tal conjectura, seria o Brazil o mais antigo continente do nosso planeta.

Noutro ponto de vista, o Dr. Hamy, em notavel trabalho sobre os primeiros habitantes do Mexico, mostra homens cujos caracteres anthropologicos estão por determinar, habitando as duas Americas antes das ultimas convulsões geologicas que deram a essas terras a actual configuração.

Esses homens foram contemporaneos dos mastodontes e outros muitos animaes antediluvianos de que nos fala a paleontologia.

Com relação ao Brazil, cabe ao illustre Lund a incontestavel honra de provar a grande antiguidade do homem do nosso territorio. Em uma caverna á margem da lagoa Santa, elle encontrou ossos pertencentes a mais de trinta individuos de idades e sexos differentes. Jaziam em grande desordem misturados com productos de alluvião muito duros e cobertos por grandes blocos de pedra accumulados por movimentos do solo.

De envolta com os ossos humanos, recolheu o illustre sabio os de um macaco de especie hoje desconhecida e os de outros mammiferos roedores, carnivoros e tardigrados. Todos, sem duvida, contemporaneos dos homens aos quaes a morte os havia associado. Esses e outros viveram antes da formação da lagoa.

Ainda em oito pontos differentes do estado de Minas Geraes, Lund encontrou ossos humanos misturados com innumeros restos de animaes. Com esses restos, conseguio elle reconstituir até 44 especies, actualmente desapparecidas do territorio daquelle estado.

Quanto ao homem americano, não vacillaremos em dizer que temos certo pendor para acreditar que elle descen

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de dos habitantes dessa mysteriosa Atlantica que ligava Velho ao Novo Mundo e que tremendo cataclismo geologico submergio para sempre nas profundezas do vasto oceano que The herdou o nome.

Como explicar, por exemplo, a singular approximação que se nota entre o eskuara, essa lingua primitiva conservada entre os bascos francezes e hespanhoes, e as linguas indigenas da America Oriental?

As semelhanças de nomes de pessoas e de logares das Canarias e do Haiti surprehendem e impressionam ao estudioso.

Si taes coincidencias não têm podido até hoje resolver o problema, permanecerão, não obstante, como elementos preciosos para futuras investigações.

Relativamente á origem do guayaná de S. Paulo, o Sr. A. de Freitas propene a fixal-a na mesma raça que do seu habitat no planalto pera'-boliviano se dilatou por toda a America do Sul.

A essa opinião leva-o o estudo das tradições dos nossos indigenas e da sua linguagem comparada com a dos outros povos do continente, principalmente quanto ás denominações geographicas, que prevalecem até os nossos dias.

O autor é tambem dos que pensam, e nisto convictamente o acompanhamos, que é no estudo comparativo das linguas, mais do que nos archivos, que aos sabios será dado descobrir o parentesco, por mais remoto que seja, entre os differentes povos do planeta.

Levados pelo empolgante do assumpto, só agora percebemos que nos adiantamos muito além do que nos seria permittido.

Que se não nos leve porém isto a mal, pois que, quando mais não seja, servirá para mostrar o grande apreço que merece a interessantissima monographia do Sr. A. de Freitas, a quem com prazer felicitamos por essa sua paciente obra de investigação ethnologica, a qual ainda mais enriqueceu juntando-lhe um vocabulario comparado dos diversos idiomas falados no territorio da antiga capitania de S. Vicente, que foi, como se sabe, o primitivo berço do actual colosso que se chama S. Paulo.

ACTAS

DAS

Sessões realizadas no anno

DE

1910

ACTAS

PRIMEIRA SESSÃO ORDINARIA, EM 16 DE MAIO DE 1910

PRESIDENCIA DO SR. BARÃO DO RIO-BRANCO.

Srs.

A's 8 horas da noite, na séde social, presentes os Barão do Rio-Branco, Visconde de Ouro Preto, Barão Homem de Mello, Dezembargador Antonio Ferreira de Souza Pitanga, Max Fleiuss, Dr. Norival Soares de Freitas, Commendador Arthur Ferreira Machado Guimarães, Marquez de Paranaguá, Conde de Affonso Celso, Coronel Honorio Lima, Commendador Tobias Laureano Figueira de Mello, Dr. Manoel Alvaro de Souza Sá Vianna, General Emygdio Dantas Barreto, General Dr. Gregorio Thaumaturgo de Azevedo, Dr. B. F. Ramiz Galvão, Dr. Alfredo Rocha, Dr. Joaquim Xavier da Silveira Junior, Carlos Lix Klett, Dr. Orville A. Derby, Dr. Miguel Joaquim Ribeiro de Carvalho, Dr. João Pandiá Calogeras, Jansen do Paço e José Francisco da Rocha Pombo, abre-se a sessão.

O SR. FLEIUSS (1° Secretario Perpetuo) diz que o expediente consta do seguinte:

Officio do Director Geral de Contabilidade do Ministerio do Interior declarando que o Sr. Ministro approvara as contas do Instituto relativas ao anno de 1909;

Communicação do Sr. Barão de Alencar declarando que por justo motivo não pode comparecer á sessão; do mesmo consocio, agradecendo a sua elevação a socio benemerito do Instituto.

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