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obreis com a perfeição, que a todos os ministros deste conselho tem parecido, com os quaes me conformei pelo que de vós confio.

16. Poderseha queixar ElRey Idalxá além da presa de navios, que acima se declarão, da morte de alguns mouros, que se lhe matarão a sangue frio; ao que heis de responder que já o Estado obrou com justiça, mandando logo tirar assim aos capitães, como ao mesmo capitão geral, com os quaes se procedeo com justiça neste tronco, donde hum veio a morrer, e que ainda o mais castigo se espera que o mande dar Sua Magestade, a quem se deo conta, para que elle Idalxá não fique sem satisfação de sua queixa; sendo o que já morreo o irmão do mesmo capitão geral.

17. Hireis advertido em como Mostafacão, principal conselheiro deste Rey, he nosso inimigo declarado, e como tal se mostrou em muitas occasiões, e sobre tudo soberbo com muita privança do mesmo Rey, e grandiosas rendas, que lhe tem dado, assim do Gate para cima, como por a fralda do mar; mas nem por ser este, vos haveis de mostrar sentido na pratica e conversação, que com elle tiverdes, antes vos haveis de haver com grande caricia, fiando que por sua via poderá o Idalxá vir em verdadeiro acordo, e cumprimento de tudo aquillo que foi jurado por seus pai e avós, que não diz bem amizade tão antiga como ElRey consentir em seus portos inimigos de ElRey de Portugal, seu verdadeiro irmão em amizade, e outrosi estendendo as demais praticas conforme o animo que nelle achardes; advertindo mais que não sahe da mão do Idalxá chapa, nem formão, que não seja visto pelo mesmo Mostafacão, com que parece que faz officio de secretario, ou chanceller do mesmo reino, por cuja consideração se entende que com este homem hade ser o principal negocio, e hoje muito mais pelo novo parentesco do Idalxá com elle dito Mostafacão, por lhe aceitar uma filha em desposorio.

18. Tem junto de si o Idalxá outro grande conselheiro, ou por melhor dizer, vedor da fazenda, a que chamão Side Reane, e agora he Calascan, o qual mostra affeição aos Por

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tuguezes, e amizade ao Estado, ou seja em desamor ao referido Mostafacan, ou por se prezar de bem intencionado e verdadeiro no que diz ao mesmo Rei acerca da paz e amizade, cujos pontos levaes advertido para saberdes tratar a cada qual dos dous, mostrando a este quão agradecido estou dos avisos, e boa vontade, com que trata deste Estado, e que a mesma deve caminhar na confirmação e cumprimento da paz, que de antigos annos cursou daquelle Estado com este, estranhando a notavel falta, em que o Idalxá fica, em recolher nossos inimigos contra o que seus avós tem jurado por seu embaixador antigo Zaerbeque, que as foi pedir, e confirmar dentre no reino de Portugal, sendo Rey Ibramo Idalxá, como atraz fica dito; e com estas e outras praticas ireis dispondo a este nosso amigo para o effeito que por este regimento se vos declara.

19. Está na corte do Idalxá hum Antonio da Vite, estrangeiro, e posto que se mostra amigo, e que nos manda aqui algumas cartas, nem por isso vos descobrireis em materias de substencia, antes com muita cautella vos hireis informando delle, assim das praticas, que tem procedido com os rebeldes, como das pessoas que fazem declaradamente suas partes, assim como dos mais que diante d'ElRey estranhão o quebrantamento daquella antiga paz, a que hides pretender se guarde.

20. Sou informado que entre as mercês, que o Idalxá tem feito a Mostafacão, foram humas terras que cahem por baixo do Cabo da Rama, com hum porto, a que chamão Caruar, e que os Olandezes o pedião a Santú Sinay, que deve de estar na propria paragem por ordem do mesmo Mostafacão, sobre cujo negocio fareis mais certa informação do que neste caso se achar, estranhando tanto o de Vingurlá, como de outro qualquer, que os rebeldes pretendão; e não sei de certo se o mesmo Mostafacão tem dado consentimento para o que se pretende por parte do inimigo, e assim vos ordeno que de tudo me vades fazendo aviso na forma referida, para tambem se vos hir ordenando o que mais deveis fazer.

21. Advirtase mais que o reino do Melique está hoje pos

suido pelo Mogor, e que o porto de Chaul cabe na jurisdição daquelle reino, e por conveniencia do mesmo Mogor fez outorga e doação de todas as terras debaixo, a que chamamos Concão, desdo mesmo Chaul até Barcelor, ao Idalxá, o qual com esta concessão manda Tanadares para que residão em Chaul de riba, os quaes de annos muito antigos costumavão pagar de pareas sete mil patacões, ou o que na verdade for, a Sua Magestade dentro na mesma feitoria de Chaul, sobre cujo ponto haveis de procurar se não innove cousa alguma, e que tudo seja na mesma conformidade, e que assim vos dê formão particular para que aquelles Tanadares prosigão com os mesmos costumes, com que se havião de Melique Ambar, e dos mais Reis do Deccani.

22. Tambem he costume que ainda hoje dura darse hum patacão de quatro larins por dia ao Capitão da fortaleza de Chaul, por ser juiz verbal das careas dos moradores de Chaul de cima; e assim vos haveis tambem de lembrar que no formão das pareas tocantes a Chaul se meta tambem este negocio dos capitães, mostrando que convem á quietação dos taes moradores e vassallos de Sua Magestade, quando entre huns e outros haja contendas, ou causas civeis.

23. E sobre tudo a principal essencia he a ratificação das pazes, que comvosco levais, e se vos adverte mais que em nenhuma forma aceiteis visitas dos Olandezes, de cuja vista vos heis de escusar por meios honestos, e se todavia persistirem em vos quererem visitar, direis declaradamente que os embaixadores de Sua Magestade não acceitão visitas dos rebeldes sem consentimento de quem os manda.

24. E no tocante aos embaixadores do Mogor correreis com muita amizade, e lhe pagareis a visita que vos fizerem com outra em sua propria caza, aonde os heis de buscar. E por quanto os regimentos são puras advertencias, que se fazem aos embaixadores por parte de quem os manda, ficará a vosso juizo o calardes algumas cousas, que de serem ouvidas se pode occasionar menos vontade no que ElRey, ou seus conselheiros quer que obrem na confirmação das mesmas pazes; e assim fica á vossa disposição o saber relatar o

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que for proveitoso, assim como avisarme das contradições que achardes, ou das duvidas que vos puzerem; e por via destes meios fico esperando de vós todo o bom effeito. Dado em Goa a 11 de agosto de 638. Eu o secretario Amaro Rodrigues o fiz escrever. Pero da Silva.

Lista do custo do sagoate que foi d'este Estado ao Rey Idalxá
pelo Embaixador Antonio Moniz Barreto

Mil duzentos e cincoenta xerafins custarão cincoenta peças de damasco da China de cores, a rezão de 25 xerafins cada huma.....

Quinhentos cincoenta e dous xerafins custou o escritorio de aguila, forrado de velludo carmezim da Persa, e de prata, que tinha 23 marcos, a rezão de 24 xerafins o marco

....

Quatrocentos noventa e nove xerafins, tres tangas, e vinte e seis reis, de hum jarro e prato, que pezou vinte marcos, seis onças, e quatro oitavas e meia, pela dita rezão....

Mil cento oitenta e sete xerafins, tres tangas, e trinta e cinco reis custou hum collar de ouro da China da laya de rosario, com seus extremos esmaltados, que pezou quatro marcos, seis onças, e cinco oitavas, a rezão de duzentos e quarenta e seis xerafins o marco....

Oitocentos e dez xerafins de duas meadas de ouro da China da laya de gunchos, de dez voltas cada huma, que pezarão tres marcos, huma onça, e duas oitavas e meia, a rezão de duzentos cincoenta e seis xerafins o marco...

Quinhentos vinte e oito xerafins, tres tangas, e quarenta e quatro reis, que custou huma beteleira de prata lavrada com hum pelicano em cima, e sete filhos pequeninos em baixo ao redor, que pezou vinte e dous marcos, e duas

1250:0:00

0552:0:00

0499:3:26

1187:3:35

0810.0:00

oitavas, a razão de vinte e quatro xerafins o

marco...

Oito mil quatrocentos xerafins custarão dez cavallos arabios, que forão comprados a diversas pessoas por sete mil patacões...

Mil e oitocentos xerafins de dous cavallos, que forão comprados para o dito effeito.....

Qatrocentos setenta e sete xerafins, tres tangas, e dezoito reis custarão as peças, e mais causas que forão compradas para os telizes dos dous elefantes, e os dos cavallos, e os vestidos de quatro cornaquas....

Cincoenta e nove xerafins e meio, que des. pendeo no feitio dos telizes, e no do fato dos cornaquas, e na compra de quatro barretes, e cinco canastras, e outras miudezas...

Duzentos vinte e cinco xerafins de mercê ao dito embaixador para paga dos direitos dos. cavallos, que comsigo leva....

Seiscentos xerafins ao dito Antonio Moniz Barreto de mercê para pagamento dos espingardeiros, piães, boys, naiques, bigarins, farazes, e tocheiros, que comsigo leva para a dita jornada.....

Dous mil xerafins ao dito de mercê para ajuda dos gastos, que hade fazer na dita hida Dous mil xerafins ao dito Antonio Moniz Barreto de mercè para ajuda das despesas, que hade fazer com os soldados, e mais gente, que comsigo leva para a dita jornada.....

Setecentos xerafins mais de mercê ao dito Antonio Moniz Barreto para pagamento dos dezaseis soldados, que comsigo leva........

Oitocentos cincoenta e oito xerafins, huma tanga, e quarenta reis, de vinte e cinco quintaes de canella, a rezão de trinta e quatro xerafins e hum terço o quintal, por cincoenta fardos

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