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PETRARCA.

SONETOS.

Introducção aos seus versos.

Vós que escutais em variado verso (1)
O som dos ais, que da minha alma alento
Forão no primo juvenil destento

Quando homem fui bem do que sou diverso;

Ao vario estilo em que eu choro e converso
Entre esperanças vāas e vão tormento,
Onde haja quem de amor tenha exp'rimento
Espero acharei dó, ninguem adverso. (2)

Mas fabula mui longa, eu bem o vejo, (3)
Do povo fui; e assim frequentemente
De mim mesmo comigo me envergonho:

E do meu delirar é fructo o pejo,
O arrepender-me, e o ver mui claramente,
Que o que agrada no mundo é breve sonho. (4)

Bellezza di M.na Laura.

Chi vuol veder quatunque può Natura
E'l Ciel tra noi, venga a mirar costei,
Ch' è sola un sol, non pur agli occhi miei,
Ma al mondo cieco, che virtù non cura:
E venga tosto; perchè Morte fura
Prima i migliori, e lascia stare i rei:
Questa aspettata al regno degli Dei
Cosa bella mortal passa e non dura.

Vedrà, s' arriva a tempo, ogni virtute,
Ogni bellezza, ogni real costume
Giunti in un corpo con mirabil tempre.

Allor dirà, chè mie rime son mute,
L'ingegno offeso dal soverchio lume:
Ma se più tarda, avrà da pianger sempre.

Bellezza di M.na Laura.

In qual parte del Ciel, in quale idea
Era l'esempio onde Natura tolse

Quel bel viso leggiadro in ch' ella volse
Mostrar quaggiù quanto lassù potea?

Qual Ninfa in fonti, in selve mai qual Dea Chiome d' oro sì fino a l' aura sciolse? Quand' un cor tante in se virtuti accolse? Benchè la somma è di mia morte rea.

Per divina bellezza indarno mira

Chi gli occhi di costei giammai non vide,
Come soavemente ella gli gira.

Non sa com' Amor sana e come ancide,
Chi non sa come dolce ella sospira,

E come dolce parla e dolce ride.

Belleza de Mma Laura.

Quem quer ver quanto o Céo póde e a Natura
Entre nós, venha e lance os olhos seus
Sobre esta, unico sol, não só aos meus,
Mas a quem cego nem virtude cura.

E venha já, que a Morte antes procura
Os bons e deixa em liberdade os réos;
Esta esperada na mansão de Deos
Cousa bella mortal passa e não dura.

Se em tempo elle chegar, toda a belleza
Verá, toda a virtude, e alto costume
Juntos n'um corpo em modo surprendente:
Então dirá que canto co'a voz preza, (5)
Que offende o engenho o demasiado lume:
Mas chorará, se tarda, eternamente.

Belleza de M.ma Laura.

Em qual parte do Céo em qual intento (6)
Estava o exemplar de que tão bella

Face tirou Natura em que quiz ella

Mostrer-nos seu poder no firmamento?

Qual Nympha ou Deosa em fonte ou bosque ao vento
Aurea coma soltou tal como aquella?

Quando houve peito a mais virtudes cella?
Bem que a maior me dê mortal tormento. (7)
Por divina belleza embalde mira
Quem os olhos não vio desta creatura,
E a maneira suave em que ella os gira.
Não sabe como Amor transpassa e cura,
Quem não sabe quão doce ella suspira,
Qual na falla e no rir tem a doçura.

Sulla morte di M.na Laura

Rotta è l' alta colonna, e 'l verde lauro,
Che facean ombra al mio stanco pensiero:
Perdut' ho quel, che ritrovar non spero
Dal Borea all' Austro, o dal mar Indo al Mauro.
Tolto m' hai, Morte, il mio doppio tesauro,
Che mi fea viver lieto, e gire altero;
E ristorar nol può terra, nè impero,
Nè gemma orïental, nè forza d' auro.
Ma se consentimento è di destino,
Che poss' io più, se no aver l' alma trista,
Umidi gli occhi sempre, e 'l viso chino?
O nostra vita, ch'è sì bella in vista!
Com' perde agevolmente in un mattino
Quel che 'n molt' anni a gran pena s' acquista!

La visione.

Levommi il mio pensier in parte ov' era
Quella, ch' io cerco e non ritrovo in terra:
Ivi fra lor, che'l terzo cerchio serra,
La rividi più bella, e meno altera.

Per man mi prese, e disse: In questa spera
Sarai ancor meco, se 'l desir non erra:
I' son colei, che ti diè tanta guerra,
E compie' mia giornata innanzi sera:

Mio ben non cape in intelletto umano:
Te solo aspetto; e quel, che tanto amasti,
E laggiuso è rimaso, il mio bel velo.
Deh perchè tacque, ed allargò la mano?
Ch' al suon di detti si pietosi e casti
Poco manco, ch' io non rimasi in cielo.

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Quebrou-se a alta columna, e o verde louro,
Que davão sombra ao meu pensar cansado:
Perdi o que jamais verei achado

Do Austro ao Boreas, do mar Indio ao Mouro
Roubaste, ó Morte, o meu duplo thesouro,
De que ledo eu vivia e assoberbado;
Que por reino ou por mando restaurado
Não pode ser, nem por diamante ou ouro.
Mas se o destino tem assim disposto,
Que posso eu mais senão ter alma oppressa,
Olhos banhados sempre e baixo o rosto?
Oh nossa vida, que é tão bella á vista!
Como n'uma manhãa vai-se de pressa
O que em annos com pena se conquista!

A visão.

Minha mente me alçou lá onde havia
Essa, que eu busco, sem a achar na terra:
E lá, entre os que o céo terceiro encerra, (8)
Menos altiva e mais gentil revi-a.

Na mão pegou-me, e disse: em companhia
Minha hei de ver-te, se o querer não erra:
Aquella eu sou que te deu tanta guerra, (9)
E antes da tarde conclui meu dia. (10)
Meu bem não cabe de mortal em alma:
A ti só spero e ao que amaste tanto,
E lá embaixo ficou, meu bello véo. (11)
Ah porque se callou e abrio a palma?
Que ao som desse fallar tão casto e santo,
Pouco faltou se não fiquei no céo.

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