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COPIA

DA

« Informação sobre as minas de S. Paulo e dos sertões da sua capitania desde o anno de 1597

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até o presente 1772 »

Secção de Manuscriptos da Bibliotheca Nacional do Rio de Janeiro, em 25 de Abril de 1902.

Exm. Sr. Barão Homem de Mello.

Examinei com todo o cuidado o manuscripto da «Informação sobre as Minnas de Sam Paulo e dos Certõens de sua Capitania...» de Pedro Taques de Almeida Paes Leme, de propriedade do Instituto Historico, e comparei-o com outro que esta secção da Bibliotheca Nacional possue, procedente da collecção João Antonio Alves de Carvalho, por ella adquirida em 1887.

Desse exame tirei as seguintes conclusões:

1. O manuscripto do Instituto Historico é o primeiro original, rascunho original ou borrão original da referida obra, e contém o pensamento primitivo do autor em sua primeira forma ou primeiro estado, depois modificado por numerosos accrescimos e muitas alterações e transposições de trechos e phrases, e não poucas suppressões, ora de palavras, ora de phrases inteiras,-modificações estas que a simples inspecção do documento revela.

NOTA: Esta copia fez-se respeitando a orthographia do original, e supprindo por pontos adiante das palavras as que não puderam ser decifradas por estar o original roido pelas traças em diversas partes do Codice.

1

TOMO LXIV, P. I.

2. O manuscripto da Bibliotheca Nacional é o original limpo ou o original definitivo desse trabalho, e contém a ultima forma ou o ultimo estado do pensamento do autor, depois das mencionadas modificações, sendo portanto posterior ao outro.

3. O manuscripto do Instituto Historico é autographo, isto é, todo escripto pelo punho do autor que o assigna com as iniciaes-P. T. de A. P. L.-Esta conclusão é facil de deduzir-se, visto tratar-se do borrão original de uma obra; mas pude confirma-la com o conhecimento que tenho da letra do autor; é, pois, um original autographo.

4. O da Bibliotheca Nacional não é autographo; foi passado a limpo por outro punho differente do do autor; mas este o subscreveu com as seguintes linhas de seu proprio punho, collocadas na penultima pagina do Codice, depois da data: S. Paulo e Outubro 13 de 1772:

De V. Ex.

a

o mais efficaz ven." e fiel cr.°

Pedro Taques de Almeida Paes Leme;

a que se segue uma Informação igualmente assignada com o nome por extenso, e firma que falta na outra. Esta circumstancia das assignaturas faz subir a copia limpa de alheio punho á cathegoria de legitimo original, embora não autographo.

5. O codice da Bibliotheca Nacional foi copiado pelo manuscripto que actualmente pertence ao Instituto Historico, depois de ter este soffrido as modificações já assignaladas. Os accrescimos, alterações e transposições já ahi se achão feitos, de accordo com as indicações do borrão original. Quanto ás suppressões de palavras e de phrases dá-se tambem o mesmo; devo porém observar que, pelo menos, ha uma suppressão de palavras do borrão que não foi feita no original limpo, seja porque seu autor a tivesse mandado desprezar pelo copista do segundo original, ou seja porque o autor ainda tivesse corrigido o borrão em epoca posterior áquella em que o mandou passar a limpo.

6.a Ha differença entre os titulos dos dois exemplares, sendo o do nosso mais extenso, embora não contenha toda a parte que no do outro foi supprimida.

7.a Os dois exemplares pertenceram primitivamente ao referido sargento-mór Pedro Taques, que, segundo a nota manuscripta posterior, existente na ultima folha do exemplar do Instituto, offereceu o trabalho ao Morgado de Matheus, Governador e capitão general da capitania de S. Paulo (e Minas Geraes), no anno de 1772. Esse Governador foi D. Luiz Antonio de Sousa Botelho Mourão, cujo nome occorre no titulo do nosso exemplar, mas não vem .no do Instituto.

8. O nosso exemplar foi provavelmente o offerecido a esse Governador. Em uma tira estreita de papel azul collada em uma folha em branco que prende a do titulo lê-se: Pertence a D. José Maria de Sousa.

Sem mais assumpto, sou de V. Exc. att. ven.

ANTONIO JANSEN DO PAÇO.

Informação sobre as Minas de S. Paulo, e dos certoens da sua Capitania desde o anno de 1597, até o presente de 1772, com relação chronologica dos Administradores dellas, Regimentos jurisdicção a elles conferida nas demais corporaçoens a qual ficou rezidindo nos Governadores e Capitaens Generaes da mesma capitanía desde o 1o até o anno de 1702 em que S. M. creou no paulista Garcia Rodrigues Paes hum Goardamor Geral das Minas de S. Paulo que passou em seu impedimento a seo filho Pedro Dias Paes Leme que actualmente está no Rio de Janeiro.

Illmo. e Exmo. Sr. Depois que Pedro Alvares Cabral, Senhor de Azurara e Adiantado Mór da Beira, sahindo de Lisboa para a India, no anno de 1500, descobrio aterra de S. Cruz que a ambição do comercêo preverteo no de Brazil pelo interesse do pão assim chamado; fundou a Villa da Capitania de S. Vicente (1a Povoação em toda a America Portugueza) Martim Affonso de Souza, pelos annos de 1531, como Donatario de cem legoas de costa por doação do Sr. Rey D. Joáo o 3.o; e intentou antes de se recolher ao Reino, no anno de 1534, conseguir descobrimento de Minas de ouro, de prata ou de pedrarias, no certao do Rio Paracoui, costa do sul da mesma capitania, o

que se não verificou pela destruiçao, que fez na Trópa o barbaro Gentio Carijó, matando 80 homens Européos do corpo della. (E Aleixo Garos já havia sido morto pelo Gentio da mesma paragem). Arch. da Cam. S. P. L. tt.° 1585 que acaba em 1586 pag. 12 V).

Fundou-se, depois, a cidade da Bahia, pelo 1.° Governador della Thomé de Souza, no anno de 1549; lhe foráo succedendo no lugar outros Governadores Geraes do Estado ahé Luiz de Britto de Almeida em 1572 no seo tempo fez húa entrada ao certão Sebastião Frz. Tourinho natural da Capitania do Espirito Santo, erecolhendo-se, dêo conta haver descoberto hua pedraria de esmeraldas, eoutras de Safiras eo Governador Geral mandou fazer entrada aeste certão pelo cap. Antonio Dias Adorno, escoltado de 150 Portuguezes, e 100 Indios; ecom effeito achou em hua Serra daparte do Leste, esmeraldas, e em outra, da parte do Loeste, safiras. Dessas pedras, que trouxe Adorno, estavão algûas ainda imperfeitas, oupouco maduras; e o Governador as enviou ao Sr. Rey D. Sebastião; porem pela fatalidade da Monarchia, que passou ao dominio deoutro Principe, senão tratou mais destes descobrimentos. (Vasconcelos na chronica do Brazil, Liv. 1. pag. 31, et. seg. Pitta. America Portugueza Liv. 2. n. 78. Liv. 3. n. 60).

Depois tornou-se atratar do descobrimento destas esmeraldas, que sempreforão appetecidas, enuncajá mais antes do anno de 1680, encontradas. Diogo Miz Cam, o Matante Negro, dealcunha, fez entrada, vindo primeiro da Bahia a S. Paulo deonde levoupara companheiro ao Certanista Francisco de Proença, Cavalleiro Fidalgo, (filho de Antonio de Proença, Moço da Camara do Sr. Infante D. Luiz, enéto de Antonio Roiz de Almeida Fid. da Caza Real do Sr. Rey D. João o 3.o, em cujo serviço passou para S. Vicente, edepois voltando ao Reino, trouxe sua mulher eduas filhas para a Villa de Santos, naturaes de Monte Mór o Novo) e nada conseguio Cam. Depois deste entrou abuscar estas esmeraldas o Cap.m Marcos de Azeredo Coutinho, que tendo afelicidade dedescobri-las perdeo avida, com todos os mais dasua Trópa, ao rigor da peste da dilatada alagoa Vapábuçú no Reino do Mapáxô; edos

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