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Ignorava que .S. Ex. estivesse escrevendo um livro sobre esse periodo de nossa historia. Assim não podia julgar-me inhibido de sustentar pela imprensa o meu juizo proferido sobre a Constituinte, e impugnado pela palavra autorizada de S. Ex.

Cheio de prazer pelo annunciado apparecimento do seu livro sobre o periodo de 1823, interrompo aqui os meus artigos, entregando-me ao juizo do publico pelo que foi publicado.

HOMEM DE MELLO.

Rio de Janeiro, 3 de Novembro de 1863.
(Correio Mercantil, de 4 de Novembro de 1863).

Os artigos do Conselheiro Alencar e a resposta do Dr. F. I. M. Homem de Mello foram todos publicados na parte editorial do Jornal do Commercio, e do Correio Mercantil. Era redactor em chefe daquelle o Dr. Luiz de Castro, e deste o Dr. F. Octaviano.

GUERRA DOS MASCATES EM PERNAMBUCO

Nenhum acontecimento de nossa Historia teve tantos e tão notaveis historiadores como a Guerra dos Mascates. O primeiro de todos, o padre Manoel dos Santos, testemunha coeva, escreveu em 1712, terminando em 1749, a preciosa historia daquelles graves acontecimentos, a qual se acha integralmente transcripta em nossa Revista, tom. LXII, P. II, pag. 1, sob o titulo: Calamidades de Pernambuco. E' a mais completa e tambem a mais imparcial.

O segundo foi o historiador Sebastião da Rocha Pitta, em sua Historia da America Portugueza, que nessa parte foi refutada pelo historiador precedente.

O terceiro foi o grave historiador Robert Southey, o qual servio-se do importante Codice do tempo, e guarda sempre a gravidade e isenção que o caracterisam.

O quarto foi o padre Joaquim Dias Martins, ardente sectario da nobreza contra a causa dos Mascates, em sua conhecida obra: Os Martyres Pernambucanos, 1710

1817.

Sobre este memoravel acontecimento, encontra-se em nosso Archivo, a seguinte communicação de uma testemunha do tempo, datada da Bahia, que esclarece alguma cousa sobre as referidas occurrencias pelas condições de isenção, em que se achava, inteiramente fóra dos acontecimentos.

1901.

H. M.

Manuscriptos diversos, Torre do Tombo e
Conselho Ultramarino

Pg. 9 á 14 v.

A 7 de Novembro chegou noticia á esta cidade que o povo de Pernambuco se havia levantado contra o seu governador Sebastião de Castro e Caldas, e depois de haver livrado sua vida de um tiro que lhe deram uma tarde, recolhendo-se para sua casa de que ficou com algumas feridas de balas hervadas, a 12 do dito mez entrou dito governador e os officiaes da Camara do Recife, fugidos em uma Sumaca, neste porto (Bahia) aonde ficam, não sei se já arrependidos de deixarem as suas casas, principalmente o Governador que se podia salvar no Recife em alguma fortaleza, que como tinha os moradores do Recife por si, estes com os seus cabedaes se podiam soccorrer de mantimentos resistir.

Pela ausencia do Governador, o povo tirou o pelourinho que o Governador tinha posto na Villa Nova do Recife; soltaram quasi todos os presos das cadeias; e mandaram chamar o bispo (que se havia ausentado para a Parahyba, desgostoso de haver o Governador mandado prender o ouvidor Joseph Ignacio o qual foi salvo por alguns clerigos armados que o passaram para a Parahyba.)

Chegado o Bispo, offereceram-lhe o Governo «< com tão atrevidos capitulos.» O Bispo sujeitou-se para aquietar o povo e evitar maior desgraça.

Bahia, 6 de Novembro 1710.

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