quia, donde o administrava o Reis tor aos Freguezes; todos os mais actos paroquiaes se celebravão na Freguezia da Ajuda. Havia coro ordinario, rezado pelos Capellães, ẹ cantado nos dias solemnes, Domingos, e dias santos, celebrando-se a liturgia pelos Ministros da Patriarcal, cujas funções satisfazião todos por turno; sendo que os que ElRei nomeou para officiarem alli quotidianamente forão quatorze Capelles, nove Musicos, hum Mestre de Ceremonias, quatro Moços de Capella, hum Thesoureiro, que servia de Altareiro. Mandou-se fazer huma torre de madeira totalmente separada da Paroquia, na qual se col locárão quatro sinos. Sempre que ElRei assistia publicamente na Igreja com a Corte, vinha assistir hum Principal. Toda esta formali dade, que se praticava na nova Regia Capella, era para supprir deste modo o pio instituto do magnanimo Fundador, em quanto materialmente se não incorporava no Regio Palacio a Metropoli Patriarcal, cos mo fora supplicada, e concedida pe los Pontifices. Depois pela ida dos meus Re, ligiosos Arrabidos para o Real Con vento de Mafra a 12 de Maio, de 1792, donde tinhão saido a 3 de Maio de 1771, e vinda dos Conegos Regrantes de Santo Agostinho para o Real Mosteiro de S. Vicente de Fóra, se transferio para est ta Capella a Santa Igreja Patriast cal no dia 26 de Maio do mesino anno sendo a primeira função que se fez as Vesperas do Espirito Santo; fazendo-se para isso os commodos precisos, e construindo-se huma grande torre de cantaria no sitio onde estava a outra de madeira, onde the puzerão muitos bons sinos, e hum Relogio de torre. Porém acontecendo no dia 10 de Novembro de 1794 o fogo do Palacio da Ajuda junto á Capella, ficou esta sem lesão, e junto a ella se anda fazendo o magnifico Palacio, obra admiravel por onde EIRei ö Senhor D. João VI, e a mais Familia Real já se serve por dentro de hum passadiço, para assistir ás funções já na Tribuna, já na Igre ja com a Corte, conforme a solemnidade. O mais, que pertence á Santa Igreja Patriarcal, reservo para outro lugar, e quando vier a proposito que na verdade ainda ha muito que dizer sobre este objecto. CAPITULO v. Morte do Secretario de Estado An- A 1 22 de Março falleceo em Lis- 1747 boa de huma doença mui arrebatada e violenta em idade de sessenta e oito annos Antonio Guedes Pereira, Senhor da Villa de Fragoas, Alcaide Mór da Villa da Condeixa, Cavalleiro da Ordem de Christo, Secretario de Estado dos Negocios Ultramarinos, Enviado Extraordi nario, que foi na Corte de Hespanha. Foi sepultado na Igreja de S. Francisco da Cidade. No mesmo dia falleceo o Desembargador Rodrigo de Oliveira Zagallo, Fidalgo da Casa Real, Cònšelheiro da Fazenda, e Procurador da mesma, è da Casa da Rainha, e de Infante D. Antonio, Députado da Junta do tabaco que occupou com inteira satisfação varios lugares de letras, havendo exercitado o de Corregedor da Rua Nova, Desembargador da Relação do Porto, da Casa da Supplicação de Lisboa, e dos Aggravos. Foi sepultado na Igreja de Santo Eloy, onde se lhe fizerão grandes Exequias, com assistencia de todos os Ministros, e Nobreza. Era filho de Manoel Espinosa Zagallo, Fidalgo da Casa Real, e de D. Joanna de Campos Rebello; neto de Ray Dias Espinosa Zagallo, e bisneto de Amador Dias Espinosa, morador em Capa |