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tenham n'elles grande influencia; e que toda a força armada do reino esteja debaixo das ordens do mesmo governo. Que o regente nomeie os governadores das armas, e que estes sejam os presidentes dos governos provinciaes.

4.° Que os orçamentos annuaes de receita e despaza formados no erario, sejam apresentados ao conselho dos representantes para serem examinados por uma commissão que elle nomeará: tendo esta commissão o poder de pedir todas as informações que precisar de qualquer repartição ou estação subalterna, e de chamar a exame e depoimento as pessoas que julgar necessario.

Sem uma providencia continuamente activa d'esta natureza: será impossivel desfazer a intrincada e extensa cadea de conluios e dilapidações, que ha muito tempo existem na administração da fazenda, e em cuja continuação tantos individuos são interessados.

Muito tinha que dizer e suggerir sobre os precedentes quatro pontos, mas o limite do tempo para expedir esta memoria, não o permitte.

4 de Junho de 1822. Londres.

REVISTA TRIMENSAL

DO

INSTITUTO HISTORICO

GEOGRAPHICO, E ETHNOGRAPHICO DO BRASIL.

2. TRIMESTRE DE 1863.

HISTORIA DA REPUBLICA JESUITICA DO PARAGUAY

decde o descobrimento do Rio da Prata até nossos dias, anno de 1861,

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ENTRADA DOS PADRES JESUITAS NA PROVINCIA DO PARAGUAY. TRABALHOS QUE PASSARAM. FUNDAÇÃO DE VARIOS POVOS. MARTYRIO DE ALGUNS PADRES JESUITAS.

STE capitulo ha de se dividir em nove artigos que são todos traduzidos de un velho manuscripto em guarani para serem inseridos n'esta obra e que julgo ineditos. Bastante singela é a narração do auctor do manuscripto em guarani, e para não lhe tirar ou lhe fazer perder o encanto particular que lhe reconheço, não quiz que nada se lhe alterasse na traducção a que mandei proceder (14).

Por tanto os leitores tão de perdoar a diffusão d'esta historia. Confesso ingenuamente que são tão extraordinarios certos factos n'ella narrados que meu primeiro intento foi de os publicar á parte, ac..escentando muitos outros mais singulares, supersticiosos, que contém o mesmo manuscripto e que não foram traduzidos; mas por fim persuadi-me que muitos dos meus leitores não desgostariam de ler os nove artigos d'este capitulo, por isso aqui os insiro. Para não interromper a narração do manuscripto guarani, ponho em notas varios acontecimentos que tiveram lugar em aquelles tempos para dar melhores esclarecimentos. O manuscripto foi escripto em S. Borja e tem a data de 2 de Junho de 1737 por Jaime Bonentí..

ARTIGO 1.

Entrada dos padres jesuitas nos terrenos do Paraguay.
Fundação do povo de Santo Ignacio Maior

e de N. S. do Loreto.

N'esses antigos tempos residiam no Perú muitos padres jesuitas com seu competente geral, ou superior. Este mandava seguidamente d'estes padres ao territorio do Paraguay com o fim de ver se podiam descobrir para catechizar os indios selvagens que, se sabia, existiam por aquellas serras. Com effeito os acharam e descobriram, fallaram com os ditos selvagens, travaram conhecimento, e ficaram com elles em boa harmonia (15). Regressaram estes padres para o Perú, a dar parte da descoberta ao seu superior, ficando só no Paraguay um d'estes jesuitas o padre Thomaz Fildi, á espera que voltassem do Perú aquelles ou outros padres munidos de ordens e de todo o preciso para com formalidade principiarem a catechese d'aquelles infieis, já descobertos e de todos os outros que podessem descobrir.

No anno de 1602 era geral ou superior dos jesuitas no Perú o padre da companhia Claudio Aquaviva (16), o qual recebeu a participação da descoberta acima dita, e em consequencia mandou sete padres jesuitas, tres hespanhóes e quatro italianos, sendo superior d'elles o padre Diogo de Torres, o qual trazia todas as ordens, e o necessario para o fim a que vinha, e este superior depois de entrar no territorio do Paraguay e juntar-se com o padre Thomaz Fildi que alli tinha ficado, repartiu os seis padres que vieram em sua companhia por aquellas povoações de christãos brancos que estavam mais perto da serra habitada pelos indios selvagens. E' impossivel contar ou escrever, todos os trabalhos, todas as fadigas, miserias e riscos de vida que passaram ou soffreram estes santos padres e outros, pois só narro uma pequena parte. Dos mencionados seis padres, o primeiro que entrou para os matos ou serra, foi o padre Marcello de Lorenzana que foi procurar aquelles indios selvagens com quem tinham fallado e ficado de boa harmonia os padres descobridores. Felizmente não se demorou muito em achar os ditos selvagens e com alguns sacrificios conseguiu reduzil-os juntando maior porção, e caminhou com elles para o campo até um lugar que tinham escolhido para este fim e que denominaram Santo Ignacio Maior, onde já o estavam esperando os padres italianos José Cataldino, Simão Mazeto e o superior Diogo de Torres (17). Depois de estarem alli estes quatro padres prégando aos infieis, não se demorou muito tempo que o padre encarregado ou superior Diogo de Torres, mandasse dois d'elles com as ordens e insinuações precisas para que seguissem e caminhassem para a banda do nascente do sól cento e sessenta leguas. O que assim fizeram: e, no fim da extensão d'este terreno acharam um pequeno povo, que só tinha trinta homens brancos christãos, aos quaes os dois padres prégaram alguns dias, e chamava-se este lugar Guayrá, segundo informaram os infieis recem re

duzidos (18). N'este pequeno povo de Guayrá os dois padres José Cataldino e Simão Mazeta tiveram noticia que d'alli a sessenta leguas ao mesmo rumo havia outro povo de christãos brancos que se chamava Villa Rica. Estes padres mandaram parte de tudo isso á seu superior Diogo de Torres em Santo Ignacio Maior, e ficaram a espera da resposta no dito pequeno povo de Guayrá onde continuaram a prégar e confessar. Passados poucos mezes, chegou-lhes a resposta que esperavam, e ordem para que seguissem á Villa Rica; o que immediatamente fizeram. Chegando á mencionada villa, n'ella acharam cem christãos brancos com suas familias, e alli começaram os mesmos padres a prégar e confessar; porém, logo adoeceu gravemente um d'estes padres, e em seguida adoeceu tambem o outro da mesma enfermidade. E vendo-se estes dois padres assim enfermos por bastante tempo, sem a minima esperança de medico, de remedios e sem o mais pequeno recurso no lugar remoto em que se achavam longe do seu superior Diogo de Torres, deliberaram descer embarcados pelo rio ParanáPane (1610), e assim o fizeram com todas as pessoas da sua comitiva e com seu antigo e inseparavel interprete para com os selvagens. Depois que caminharam rio abaixo alguns dias, quiz a divina providencia que principiassem os dois padres a melhorar muito da grave enfermidade que padeciam sem mais recursos ou medicamentos do que tomar o chá de algumas hervas e raizes. Chegando á barra de um arroio grande chamado Pirapó (depois é que souberam este nome) na barranca do mesmo arroio acharam um pequeno povo, ou para melhor dizer um pequeno alojamento de duzentos indios selvagens que não fugiram ao verem os padres. Estes lhes fallaram, catechizaram-nos, e como os padres reconhecessem nos indios docilidade e gosto de ouvirem a palavra de Deus, e vontade de se baptizar, levantaram n'aquelle lugar uma cruz benta, á qual fizeram uma coberta de palha e denominaram o lugar

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