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concha, que em geral é sustentado por oito ou mais columnas de pedra quadradas ou redondas de uma só peça e de um vulto e peso enorme, e a cujo piso se chega por uma gradaria de pedra branda e vermelha.

Varios povos sem embargo tinham estas columnas de madeira.

Da mesma pedra são feitos os arcos, nichos, coroas que enfeitam o frontispicio e os frisos, cornijas que corôam o frontispicio e as columnas e as estatuas dos santos que adornam a frente, onde ha tres portas de madeiras diversamente lavradas. (32) A' direita da porta principal vê-se uma capella com seu altar e pia baptismal ordinariamente de pedra vermelha primorosamente lavrada assim como o seu pedestal, e em alguns povos, de barro vidrado com um grupo ou pintura representando o baptismo de Nosso Senhor. As columnas que separavam as naves e que são nove ou doze de cada lado, tem em seu intercolumnio a estatua de um apostolo de dimensões maiores que o natural e ricamente lavradas e adornadas. As capellas não são menos ricas nem menos explendidas. Os confessionarios curiosamente esculpidos e pintados são collocados entre as capellas. Ordinariamente ha cinco altares com retabulos do tamanho que requer a igreja, feitos de madeira com columnas, cornijas, entalhadas de diversos feitios, debuxos, guarnições, estatuas, molduras douradas e pinturas em que são representados os sagrados mysterios. O altar mór com seu retabulo occupa todo o fundo do coro que é todo dourado com mais ou menos profusão de adornos e de riquezas. O coro de alto abaixo está coberto de estatuas de santos: a do padroeiro do povo corôa a cornija do altar mór; a meia laranja esculpida e pintada a ouro, tem em seus quatro pendores um nicho com o busto de um papa.

Os soalhos são feitos com lousas de pedra bastante bruni

das, são de dois palmos quadrados pelo ordinario; raras vezes o ladrilho é empregado para esse fim. Ha igrejas de trezentos e cincoenta palmos de comprido e de cento e vinte de largo como a de S. Miguel. A nave principal da igreja de Santa Rosa que com a de Corpus eram as mais ricas e sumptuosas, tinha duzentos e oitenta palmos de comprido, e a nave principal do templo de S. Luiz trezentos palmos de comprido e cem de largo Atraz do retabulo do altar mór que acaba de se destruir, lê-se 1728, 15 de Maio.

Os retabulos e as estatuas de santos que occupam seus nichos são pela mór parte toscos, e poucos são os que se encontram de boa esculptura. As pinturas das paredes, do zimborio e do portico são pela mór parte toscas e desproporcionadas. As alfaias de prata como jarros, bacias, cruzes, castiçaes lampadas, candelabros são mui numerosos e grandes, posto que pouco polidos com excepção de raras peças. Os vasos sagrados são muitos e da melhor obra e alguns são de ouro. Igualmente os ornamentos são numerosissimos, mui ricos e de grande preço. Immediata ao lado direito da capella mór, se acha a sacristia, igualmente adornada com um altar carregado de esculpturas. Vastos armarios applicados contra as paredes são igualmente trabalhados com o mesmo luxo e esmero. Em todas existe lavatorio, mas em algumas como em S. Luiz e em Santa Rosa o lavatorio é de marmore, e n'este ultimo povo a agua se derrama em uma grande bacia de prata. Nos sete povos da margem oriental do Uruguay, o templo de S. João, foi o unico concluido pelos jesuitas, os outros nunca o foram.

Bem que para o serviço de Deus, diz o Sr. de Doblas já citado, nenhuma riqueza seja excessiva, comtudo attendendo a pobreza dos povos e dos naturaes, parece que os jesuitas se excederam na riqueza das alfaias e ornamentos de seus templos. O que é para admirar, é que n'estas grandes construc

ções não se encontram outros prégos se não os que seguram as fechaduras.

Entre a igreja e o portão grande do collegio se acha a torre feita de madeira formada de quatro pilares altos e grossos, com dois ou tres entablamentos que fazem outros tantos corpos, e seu competente telhadinho. Sóbe-se n'ella por uma escada pelo claustro ou pateo do collegio. Na torre ha muitos sinos, nunca menos de seis de varios tamanhos e alguns bastantes grandes e de bom som. Nos povos mesmo, como em Apostoles, eram fundidos os sinos. As torres de S. Miguel e de Santa Rosa eram de pedra lavrada.

Immediato ao lado esquerdo da igreja se acha o cemiterio (33) que se communicam por uma porta especial, fazendo tambem frente á praça, e de bastante capacidade para todo o povo, e cercado de paredes altas. Está plantado de cyprestes, palmeiras e laranjeiras que formam ruas por onde circulam as procissões, e que dividem terrenos para sepulturas de cadaveres innocentes, de membros das irmandades &c., sendo todos os fieis n'elle sepultados, excepto os padres jesuitas que se enterram separadamente na capella, junto ao altar mór. Ao meio do cemiterio ha uma grande cruz lavrada. A do povo de S. Lourenço é uma gigantesca cruz de uma enorme pedra que de uma só peça é formada com dois pares de braços. Ella ainda actualmente está estendida no meio do cemiterio, porque a derrubaram do seu pedestal para procurar dinheiro em seus alicerces. No dito cemiterio no de S. Nicolau e da Cruz encontram-se lousas sepulchraes com inscripções em guarani.

Existe no mesmo cemiterio ordinariamente pegada á igreja uma capella com pinturas, em que se representam ao vivo as almas penando no purgatorio, e no altar do qual (tambem lavrado) se dizia missa todas as segundas feiras.

Fóra do povo á distancia competente como de dois, ou tres

mil palmos em cada reducção, ha uma ou duas ermidas com capellas parecidas á parochial nos retabulos, pinturas e adornos, ás quaes se vai em procissão nas rogações e varias vezes no anno, e em tempo de necessidades. Estas capellas são dedicadas á algum santo da especial devoção dos fieis, como Ş. Izidro lavrador, Nossa Senhora de Loreto, &c.

Pela sacristia da igreja em todos os povos ha communicação com o collegio onde se acham os cubiculos dos padres jesuitas, e varios edificios destinados a diversos uzos. O collegio dos jesuitas é um vastissimo edificio que de um lado (Este) é flanqueado pela igreja em todo o seu comprimento, e fórma um quadrado de casas que fazem frente á praça á direita da igreja.

Estas casas tem uma dupla varanda, exterior e interior, que descançam sobre formosas columnas de pedra lavrada ou de madeira da altura ordinariamente de vinte cinco palmos, com seus competentes pedestaes e capiteis. No centro se encontra um claustro ou pateo vasto de duzentos ou trezentos palmos de cada lado no qual se vêem quadros de varias datas: o da cruz, v. g. tem a data de 1730, o de S. Luiz de 1746, e o de S. Lourenço de 1717; e em alguns se acha um poço no centro d'este claustro. Um lindo portão serve para entrar no claustro.

Elle se acha collocado a igual distancia de ambas as extremidades do pateo, e desde o portão uma calçada em linha recta leva ao cubiculo principal onde reside o cura. Os apo sentos destinados aos jesuitas são vastos de trinta e mais palmos quadrados bem soalhados, forrados e pintados com vistas deliciosas. As varandas externas e internas são magnificas. O collegio de S. Luiz tem quatorze columnas quadradas na frente dos quartos dos padres, e na frente paralella, e treze em cada uma das duas outras faces do seu claustro, as quaes são de vinte palmos de comprido e tres de cada face.

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Em S. Lourenço as columnas são mais delicadas, mais delgadas, e por isso se collocaram duas unidas para fazer a força de uma só e são redondas como em S. João. Em S. Borja as columnas eram de madeira. No angulo recto do collegio, correspondente á sacristia, está o refeitorio dos jesuitas, quasi sempre todo edificado de pedra lavrada com lindas portaladas que serviriam magnificamente para capellas. Esta peça tinha sempre subterraneo mais ou menos extenso. As casas que vem em seguida paralellas á igreja contém as escolas, e varias officinas de ourives, pintores, entalhadores, ferraria, muitos armazens e uma casa forte para prisão.

Contiguo ou nos arrabaldes se encontra um recolhimento de viuvas e donzellas, e hospital. Uma espaçosa varanda exterior, tomando os fundos inteiros do collegio, da igreja, e do cemiterio, olha para uma horta murada de pedra e barro, com ruas alinhadas e plantadas de pinheiros, laranjeiras, limoeiros, marmeleiros, macieiras, pecegueiros, nogueiras da Europa, oliveiras, parreiras, e outras muitas arvores e arbustos tanto indigenas como exoticos, « el unico lujo que se permitian los padres, diz Monsieur Martin de Moussy, era el de una hermoza huerta, bien plantada de naranjos, parras, higueras, durasneros, granaderos, guayaveros, bananos, palmas, &c., &c., e de todos las legumbres de Europa. Pues este lujo era simple e poco custoso; cualquier propriétario inteligente puede ahy conseguir otro tanto e nel suelo de Misiones.» Em quanto as casas da praça, ellas se acham repartidas em quartos de trinta palmos quadrados. Cada quarto contém uma e mais familias que dormem e cozinham em um só aposento e que com o desalinho que lhes é proprio o tornam logo negro, immundo e asqueroso, notando-se que poucos dormem em redes ou hamaes, sim no chão.

Em uma nota dos Annaes do Sr. visconde de S. Leopoldo, 2. edição, pag. 85 lê-se;

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