Sayfadaki görseller
PDF
ePub

to, e que elles não virião ali mais. Passadas estas práticas, os Turcos se despedíram de Pero Dalpoem, e foram-se sem tomarem concrusão nenhuma, e Pero Dalpoem se veio á náo de Afonso Dalboquerque, e deo conta de tudo o que passára.

CAPITULO XL

De como o Hidalcão tornou a mandar outra vez hum seu Capitão principal falar com o grande Afonso Dalboquerque nas pazes: e da reposta que lhe deo, e do que passou com elle sobre Timoja

Passada esta prática, que Pero Dalpoem teve com os dous Turcos, dali a cinco dias tornáram a capear da fortaleza de Pangij com uma bandeira. Afonso Dalboquerque mandou saber o que era, e trouxeram-lhe recado, que estava ali hum Capitão principal do Hidalcão, que se chamava Mostafação, que queria falar com elle, que lhe mandasse arrefens pera ficarem em terra, e como estava agastado da morte de D. Antonio seu sobrinho, não lhe quisera falar: e os Capitães lhe disseram, que pois o Hidal

cão mandava hum Capitão tão principal como aquelle, que seria pera fazer tudo o que elle quisesse, que o devia de mandar vir, e ouvilo, porque poderia ser que cometeria cousa, que parecesse bem a todos fazello; e com este parecer dos Capitães (posto que fosse contra sua vontade), mandou fazer prestes hum paráo alcatifado de alcatifas de seda, e disse a Gaspar de Paiva, e Diogo Fernandez de Béja, e Pero Dalpoem, que fossem nelle a terra, e que o trouxessem, e mandou com elles Francisco Corvinel, e Diogo Fernandez, Adail que fora de Goa, pera ficarem em arrefens, e a Gaspar Rodriguez lingua pera ir a terra com os recados; e como o paráo esteve prestes, partiram-se, e chegando defronte da fortaleza de Pangij, mandou Pero Dalpoem Gaspar Rodriguez lingua em huma almadia a terra, dizer aos Turcos, que o grande Afonso Dalboquerque mandava ali aquelle paráo pera levarem o Capitão á sua náo, e que tambem traziam arrefens pera deixarem em terra. Os Turcos lhe mandáram dizer, que Mostafação era hum homem muito fidalgo, e dos principaes Capitães do Hidal-· cão, e que trazia em sua companhia dous

Turcos, homens muito honrados; e que se elles traziam D. Antonio de Noronha pera ficar em terra, que iriam, e senão, que se tornariam (parece que ainda não sabiam que D. Antonio era morto). Pero Dalpoem lhe mandou dizer, que Dom Antonio não vinha ali, porque ficava muito doente, mas que vinham dous homens muito honrados, criados delRey de Portugal, e seus Capitães. Os Turcos foram disso contentes, e disseram, que os mandasse a terra. Pero Dalpoem os mandou logo na almadia, e nella veio Mostafação com os dous Turcos, e embarcaram no paráo, e vieram ter á náo Capitaina, onde Afonso Dalboquerque estava com todos os Capitães Fidalgos, e gente honrada da Armada na tolda da náo, mui bem concertada. Chegado Mostafação á náo, Afonso Dalboquerque o veio receber no cabo da tolda, e fez-ihe muito gazalhado, e depois de passarem suas cortesias, disse-lhe Mostafação, que lhe queria dar um recado do Hidalcão, mas que não avia de ser perante tanta gente. Afonso Dalboquerque se alevantou, e meteo-se com elle, e com os dous Turcos na sua camara, e levou comsigo Cogebequi, e Lourenço de Paiva Se

cretario, e Pero Dalpoem Ouvidor da India; e depois de estarem assentados, deo-lhe Mostafação muitas encommendas da parte do Hidalcão, e de todos os seus Capitães, dizendo, que ainda que antre elles ouvesse guerra, o costume dos Capitães era na paz fazerem comprimentos huns com os outros; e depois disto lhe disse, que o Hidalcão seu Senhor, pelos desejos, que tinha da paz, o mandava ali pera fazer tudo o que elle quisesse, que folgaria muito de aver antre elles alguma maneira de amizade, e que o Hidalcão folgaria muito de lhe dar Goa, polo muito que desejava de serem amigos, mas que os Turcos não queriam consentir que lha désse; que lhe pedia muito por mercê, que quisesse tomar Cintácora com todas as suas terras, e rendas, que eram muitas, porque ali tinha hum porto muito bom, onde podia fazer fortaleza, se quisesse. Afonso Dalboquerque lhe respondeo, que elle não tinha de que se aggravar do Hidalcão, pois todos os acontecimentos da guerra eram guiados pela vontade de Nosso Senhor; e posto que agora o lançasse fóra de Goa, que veria tempo, em que lhe elle faria outro tanto; e quanto ao mais que lhe dizia,

que elle não avia de tomar outra nenhuma cousa, senão a Ilha de Goa, com todas as suas terras, e que se lha désse, que seriam amigos, e senão, que não falasse mais nisso. Mostafação lhe respondeo, que o Hidalcão seu Senhor não avia de dar a Ilha de Goa, porque a tinha ganhada, e se lha tornasse a deixar, abateria muito em seu estado, e credito, e chegou-se pera elle, e disse-lhe, como disse, que lhe parecia que se quisesse entregar Timoja ao Hidalcão seu Senhor, que os Turcos consentiriam que lhe désse Goa. Afonso Dalboquerque ficou tão affrontado Tide lhe Mostafação falar em entregar moja, que lhe respondeo severamente, que se espantava muito delle ousar de lhe cometer tal cousa como aquella: que Timoja fora sempre muito leal servidor delRey D. Manuel seu Senhor, e por seus serviços era digno de muita mercê, e honra; que dissesse ao Hidalcão, que o Reyno de Goa era del Rey D. Manuel seu Senhor, cada vez que o seu Capitão geral da India quisesse; e que The prometia, que antes que passasse aquelle verão, elle estivesse nos seus paços de Goa muito descançado, e que esperava de fazer Timoja muito grande Senhor no Reynoǝp

« ÖncekiDevam »