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Artigos de paz, que Pedro Guedes de Magalhães, Capitão de Mar e Guerra da Coroa, por Sua Magestade, que Deus guarde, ajustou com o Rey Samory, pela ordem que tem dos Illustrissimos Senhores Governadores do Estado da India do Serenissimo Rey de Portugal.

(Arch. da India, livro 1.o de Pazes, fol. 296.)

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Março

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1. Primeiramente se obrigou o dito Rey Samory a fazer huma igreja de pedra e cal com sua casa para o Padre, sachristia, alpendre, com sua torre e sino de 150 arrates.

2. Outrosim se obrigou o dito Rey a dar hum chão separado, em que hade fazer huma feitoria para assistir o nosso Feitor, de pedra e cal, sobradada, muito forte, com suas lojas em baixo.

3. Se obrigou mais a mandar quebrar logo as casas dos Mouros motores da revolução passada, e mandar entregar dois rapazes mouros de idade de quatorze annos pouco mais ou menos pelo bicho captivo, que tiraram ao Feitor Felicio dos Santos, e aparecendo o dito bicho, se obrigou entregar ao Padre, ou ao Feitor.

4. Outrosim mais se obrigou a proteger os christãos, assim ao Padre, como toda a mais christandade, para que os Mouros daqui em diante em nenhum tempo lhe façam desacato algum, principalmente ao Feitor e Padre, e fazendo pelo contrario, será obrigado o dito Rey responder por elles, e se os christãos fizerem alguns insultos aos Mouros, o Padre e o Feitor os castigará conforme as suas culpas.

5. Se por desgraça se perder alguns barcos, ou embarcações mercantes por causa de alguma tormenta nas terras do dito Rey Samory, se obriga elle, e seus vassallos de dar todos os soccorros assim de embarcações como do mais que houver na terra para salvar a gente e fato, e este poderão levar livre seus donos em tempo de vinte e quatro horas, e passado este, se observará o que nas capitulações passadas se tem

assentado, e com as embarcações de guerra da coroa de Portugal se obriga o dito Rey a dar-lhe toda a ajuda e favor para o seu salvamento, e com o seu fato não contenderá em cousa alguma.

6. Outrosim se obriga mais o dito Rey a todas as vezes que aparecer nau ou embarcação de guerra da corôa do Serenissimo Rey de Portugal, mandar logo a seu bordo quatro toneis de agua doce, quatro de lenha, e o refresco que houver na terra, sem que para isto sejam obrigados os Capitães a pagar cousa alguma.

7. E toda a vez que os Regedores do Rey Samory pedirem cartaz ao nosso Feitor, ou ao Padre Vigario, será obrigado a passar-lho, pagando como he costumado.

8. E tudo isto acima declarado á custa do dito Rey Samory, e nestes artigos se assignará como fiador o Mossur (sic) Molandim, xefre (sic) da Real Companhia de França, e os seus Regedores do dito Rey Samory, a qual he huma Olla assignada por elle, em que affirma tudo quanto nestes artigos se declara e se obriga mais a dar outra em cobre, a qual hade remetter o Mossur (sic) Molandim a Goa ás mãos dos Senhores Governadores do Estado. Fragata Madre de Deus 4 de Março de 1724.

A Mayé ce 5. mars 1724-Como mediador e fiador, André Mollandin.-Seguem-se tres assignaturas malabares.

Traducção da Olla escripta pelo Rey Samory,

que verteu Manuel Pereira com bum Malabar, que trouxe em sua companhia, pela maneira seguinte:

(Arch. da India, livro 1.o de Pazes, fol. 300.)

Carta dada escripta por Rey Samory aos Senhores Governadores do Estado de Goa por El-Rey de Portugal escripta em Calecut no anno de 899 aos 18 do mez Camanhar, em como se fez ajuste perante o Feitor Francez do negocio que foi tratado da materia do Feitor e igreja, sobre que havia desconfiança e impedimento, e por esta se cumprirem as

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capitulações das pazes feitas antes entre El-Rey de Portugal, fica ajustada a materia, qual se expressa por outros escriptos, e por verdade obrigo repetidas vezes a dar cumprimento ás ditas capitulações sem duvida alguma.-Signal do Rey Samory.

Carta do Feitor de Mahim ao Capitão mór

(Arch. da India, livro 1.o de Pazes, fol. 311.)

Senhor. Nobilissimo Senhor.-A de V. S.a recebi, e tenho visto com bastante quebra da cabeça e enfados só para compor, e fazer dar satisfação do que se tem promettido o ElRey Samorim ao Estado. Primeiramente tem dado o Samorim os quarteis vencidos ao Feitor, Escrivão, Padre Vigario, Topaz, e ao Jangada Nairo, estes quarteis fiz já entrega ao Feitor, excepto paga do Feitor e do Escrivão, tenho guardado. Para satisfazer a V. S.a da divida que o Felicio dos Santos deve a V. S.a fiz conforme a portaria que V. S.a me deixou. A paga do Escrivão guardei junto com a do Feitor, porque pertence ao Feitor, porque o dito tinha pago ao Escrivão, e tambem só com isso junto poderá satisfazer o Felicio dos Santos a V. S.a

Segundariamente tem deixado 10:000 fanões de Calecut para principiar a obra da igreja, casa do Feitor, e dos Padres, e torre do sino; acabados estes 10:000 fanões El-Rey me deu hum fiador, que he o mouro mercador por nome Bamachery Issumaly, para o restante das obras todas serem acabadas; com esta segurança larguei o tabaco, e tambem vi que todo o tabaco estava já danado, e que não houvera de prestar por cousa alguma, assim o larguei.

Tambem tirei do Samorim 700 fanões por sino, estes fanões tambem ficam comigo. V. S.a por trabalho mande fazer hum sino do custo destes fanões, e trazer junto quando V. S. portar a este Calicut, para satisfazer este dinheiro, e outro de Felicio dos Santos; mas cedo acabará este negocio, por impertinencia do Padre Vigario Bernardo de Sá he que

ficou tardando, por que o Padre para si huma casa soberada (sic) com seus correctores (sic), e loja em baixo que de sua casa para hir á Igreja pelo corredor, tudo isto he fóra do que nós praticamos em Mahim, está o Samorim para dar cumprimento conforme o concerto. Aos ereges faço rabiar com estas procurações, que procuro por bem da christandade. Meia duzia de paios que V. S.a me remetteu não sei por cujas mãos são, até agora não recebi, ainda que não recebi, agradeço a V. S.a pela boa lembrança.

Meudamente escrevo a V. S.a para que dê a inteira noticia aos Srs. Governadores do Estado. Os dois rapazes mouros promettidos a Santos mandei entregar, trazendo-os para os entregar, o Padre Vigario não quer tomar entregue, visto isso deixa para quando V. S.a voltar para os mandar entregar a V. S.a

A Olla de cobre fica para dar depois de acabada toda a obra, e dado cumprimento das cousas promettidas para escrever na Olla; esta he a razão que fica para depois de acabada a obra.

No mais fico esperando occasiões em que possa servir a V. S. por onde me occupar fico muito obrigado. Todos estes Senhores enviam muitas lembranças a V. S.a Deus guarde a V. S. etc. De V. S. muito cordial amigo e obrigado— André Mollandin-Calicut, Outubro primeiro de 1724.

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Carta dos Francezes de Mahim aos Governadores do Estado

mos

(Arch. da India, livro 1.o de Pazes, fol. 307.)

Ex." Srs. e Governadores do Estado.-Por esta nossa manchua faço esta dando de saber que os Cabos (?) de Samorim tem já concertado em presença do Reverendo Padre Bernardo de Sá, e tem depositado algum dinheiro em meu poder por começar obra da Igreja, e mais cousas que diz no concerto, e já tem principiado com a obra da Igreja. Tenho já escripto ao Estado logo quando se compoz as pazes (?) por

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via do Feitor de Mangalor Ignacio Leitão da Silveira para remetter (?) a Goa, e tambem mais claro especificado todas cousas para notificar e... ao Capitão Pedro Guedes de Magalhães.

Como esta manchua vem a essa cidade de Goa com alguma fazenda para carregar vinho arequim para nosso barco que estå preste neste (?) Mahim, espero que dará toda boa passagem à nossa gente.

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Mahim aos 27 de Dezembro de 1724- De Ex.mos Srs.André Mollandin-Tremisot.

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Carta do Feitor de Mahim ao Capitão mór

(Arch, da India, livro 1.o de Pazes, fol. 338.)

Sr. Pedro Guedes de Magalhães.-Como se offerece occasião faço estas primeiramente procurando a boa saude de V. S. que sendo boa servir-me-ha de estimação; a que logro he boa, exposta ao serviço de V. S.a

Senhor. Escrevi já a V. S.a por via de Ignacio Leitão da Silveira dando noticia de todos os concertos que fez com Samorim, e tudo foi em presença do Reverendo Padre Bernardo de Så. Miudamente tenho escripto por dar inteira noticia aos Srs. Governadores do Estado; tambem escrevi, mais não especificada, como a V. S.a depositou Samorim 10:000 fanões por começar com a obra, e já tem começada a obra da igreja; acabada a igreja começará com outras obras, caza do Padre, e do Feitor, do Feitor soberada (sic), 700 fanões de Calicut por hum sino, todo o quartel vencido pago já, os dois rapazes estão já depositados para quando vier a fragata fazer entrega; e qualquer tempo que apparecer Bicho de Felicio dos Santos para entregar ao Feitor que estiver, ou ao Padre Vigario. Sobre o sino que escrevi a V. S. traga quando vier a esse Calecut por valia de 700 fanões de Calecut, estes estão em meu poder até a ordem de V. S.; não mando nesta nossa manchua por não correr ris

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