tados já fixados no decurso das negociações entaboladas; as rasões d'esse facto serão em tempo patenteadas quando se publicarem todos os documentos diplomaticos em que se consubstancia a acção do Governo Portuguez n'esta penden cia. Sobre este ponto, porém, tambem não me parece conveniente entrar em largos promenores. O que posso asseverar ao digno Par he que o Governo tem muito em consideração todas as reflexões que S. Ex.a apresentou, e comprehende e aprecia a grandeza dos interesses. que o Sr. Ornellas desejaria ver realisados em qualquer hypothese. S. Ex.a indicou bem claramente os pontos que lhe parecia merecer mais attenção por parte do Governo, e ao mesmo tempo fez ver como no decurso da negociação se poderia talvez ter seguido a marcha, que se lhe afigura melhor para salvaguardar os interesses nacionaes e os direitos da Corôa Portugueza; sem que eu possa affirmar, repito, que a marcha seguida tinha sido sempre a que S. Ex.a indicou, o que posso assegurar-lhe he que este Governo ha de saber pugnar por esses interesses e direitos, como já o havia feito o Governo a que V. Ex.a presidia. Nada mais, repito-o, como satisfação aos dignos Pares, posso acrescentar n'esta occasião, e creio que tenho respondido aos membros d'esta casa que sobre o assumpto usaram da palavra, nos limites, estrictos em verdade, que as conveniencias me impunham, e a que me obrigavam os melindres diplomaticos inseparaveis de toda e qualquer negociação pendente. --- O Sr. Barros e Sá: — Estranha a reserva que ó Sr. Ministro dos Negocios Estrangeiros diz lhe cumpre guardar sobre as negociações pendentes ácerca d'este assumpto. Não obstante similhantes negociações, foi elle sempre discutido outr'ora no parlamento. Em abono d'esta asserção, o orador individua as diversas phrases em que isso teve logar e remata, perguntando: Trata-se, pois, de huma questão religiosa, dogmatica ou theologica? Não! Trata-se apenas de huma questão politica e de meras mundanidades. «E de sentimento!» acrescenta o digno Par o Sr. Ornellas. «De sentimento para nós», volve o orador, mas de interesse material para outros! Depois procura demonstrar com documentos quanto a Propaganda Fide, desde remota data, havia sido funesta ao nosso Padroado no Oriente, accentua a avidez com que ella busca apossar-se das nossas igrejas mais ricas e faz avultar o singular escandalo de n'aquellas paragens muitos homens casados amancebarem-se e os propagandistas abençoarem esta nova e immoralissima união. A par d'isto narra o facto de em tempos haver ido para a India hum regimento, entre cujos soldados os propagandistas espalhavam a sizania de modo que huns ouviam missa dos Padres Portuguezes, e outros, no temor d'ella não ser valida, ouviam-n'a dos proprios propagandistas. O commandante, que de certo devia ser hum bom homem, para cortar estas difficuldades, escreveu ao Prelado de Bombaim huma carta, que, infelizmente, caiu nas mãos do Vigario Apostolico, o qual desde logo respondeu ao commandante com huma proclamação aos soldados, d'onde se inferia que a missa dita por aquelles Padres era nulla, nullos os sacramentos, e que o melhor era não ir a ella. Crê, pois, que, se não fosse a reacção constante das christandades no Oriente, já o nosso Padroado ali teria de vez acabado. Cita a concordata de 1857 e ajuiza que fôra feita na intenção manifesta de nunca ser cumprida, procura comproval-o lendo alguns trechos de huma circular do Cardeal Barnabó, e faz ainda varias considerações tendentes a persuadir quanto esta questão não é de Religião ou consciencia, senão sómente huma questão politica e de interesse mundano. FIM DO TOMO XIII INDICE DOS DOCUMENTOS CONTIDOS N'ESTE TOMO Pag. Carta do Sr. Conselheiro Antonio José Viale... V - Appendice. .... 1852 Março 22 - Nova Goa - Portaria do Governador da India 1853 Maio sobre as certidões que se passam dos Trata- 9- Roma Breve do Papa Pio IX Probe nostis di- 53 54 e Fieis das Missões das Indias Orientaes .... 56 1853 Junho 28 — Nota do Plenipotenciario Portuguez ao Internun- 1720 Abril cio Apostolico... 66 68 822 3- Lisboa - Carta regia para o Vice-Rei da India 73 74 ... 74 76 1853 Julho 10-Pastoral do Bispo de Macau datada da Raia, na 1853 Julho 18 Provincia de Salcete de Goa... Nova Goa Circular do Governador Geral da - India ao Vigario Geral do Norte, e aos Gover- 1853 Julho 21 - Betim - Pastoral do Governador do Arcebis- pado de Goa...... 1853 Julho 23 - Betim Circular do Governador do Arcebispa- 1853 Agosto 9-Annuncio do Governador do Arcebispado de Goa ..... 1853 Agosto 10 Nova Goa Carta do Governador Geral da In- - dia para o Vigario Geral do Norte........ 1853 Agosto 17 - Betim - Circular do Governador do Arcebispa- 84 85 86 87 1853 Out. 27 - Nova Goa - Officio do Governador da India 88 1856 Maio 1856 Maio 2- Nova Goa - Commissão do Governador da In- 2-Pangim-Termo confirmando aos Ranes e Des- Termo de acceitação de Ambruta Rau Ranes, 8- Termo de acceitação de Raugi Ranes, Sar Des- - Nota dos Mocaços, Inamas e Pensões que pos- 1856 Nov. 15- Lisboa — Resposta de ElRei ao Papa, com hum - Origem da Pastoral do Vigario Apostolico de 27-Bombaim Pastoral do Vigario Apostolico de 124 Bombaim aos Soldados Catholicos Romanos 125 |