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«As guerras antigas, obrigando á lucta corpo a corpo, deixavam fundos rancores. Como que se formaram odios pessoaes que perduravam e tinham ancia de ĉevar-se; com o movimento das massas, taes sentimentos são impossiveis.

« Os francezes, com o seu principio, aliás bem discutivel « la balle est folle, la bayonnette est sage » fazem retrogradar a civilização. A arma desta é a artilharia destruir em distancia e scientificamente grandes massiços, impedil-os de chegarem ao entrevero, ao braço a braço.

« Na guerra moderna não culo, tudo consequencias de Dizia com razão Napoleão I:

ha odios, nem vinganças; tudo é calpremissas rigorosamente assentadas. Antes de agir, pensar demoradamente; uma vez resolvido, obrar-se com a maxima rapidez.

« A mulher é o maior encanto do homem e tambem a principal causa das suas preoccupações, tudo porque, de caso pensado, elle a tornou vassala e não companheira.

« Amor é o verdadeiro mediador plastico entre a alma e o corpo. Só o homem é que é capaz de amar. E' uma victoria da intelligencia sobre a natureza; esta fez o appetite sensual; o homem inventou

o amor.

« Quanto mais elevada a indole de quem ama, tanto mais respeitadora e discreta a paixão pela mulher adorada. A ancia de possuir é propria das raças inferiores; d'ahi tambem o ciume, negro como Othello.

« Quem se despede muitas vezes denuncia a sua falta de resolução. No melhor ponto de uma palestra de amigos, o Taunay levanta-se e vai-se embora. Commigo é o contrario.

Não gosto de Augusto Comte, senão, na parte puramente mathematica. O tal altruismo dá em resultado feroz egoismo. Na sua egrejinha, ha muito de catholicismo e mahometismo, menos o paraizo das mulheres, que tambem dispenso perfeitamente.

«No fim de contas, affeiçoei-me á minha bateria de artilharia. Que valentes peças, estas La Hitte! Acho um quê de feminino no mysterioso bojo das peças. Entretanto, da mulher sahe a vida; dellas só

a morte!

«Que singular impressão deve sentir uma mulher formosa : - conhecer-se o centro de irresistivel attracção, de immensos desejos, indiziveis ancias, poder, com um olhar, um gesto, contental-os, abrirlhes o paraiso, ou fechar-lhes para sempre as esperanças, atirando-os n'um inferno de desesperos !..

« Desconfiai da mulher que sorri ao ouvir uma declaração de amor, cuja honestidade e leal expressão ella bem conhece. Tem em si alguma cousa de Dalila.

«Que bella previdencia do Creador ter dado à mocidade o desapêgo da vida e á velhice a avidez de viver. Sem aquelle desinteresse, fóra a morte demasiado horrorosa e cruel; sem essa ancia tornava-se ella por demais desejada. Quantos risos, encantos e illusões nas primeiras idades! Quantos soffrimentos, quantos ridiculos, inferioridade e desenganos no declinio da existencia ! »>

« Quanto é bom ter-se fé e crença! Confiar em Deus é simplificar a vida. Dispensa-se assim um mundo de duvidas, perplexidades e mysterios eternos, impenetraveis, torturantes ! . .

«Muito gosto do proverbio oriental «Por mais que o pó se levante, é sempre pó. » Nada define melhor quem sobe só pelo favor e bafejo da sorte. Qualquer chuvasinha transforma logo essa poeira, levada tio alto, em lama.

«Quanto deve ser cruel ao velho a consciencia de que lhe está para todo sempre vedado o amor como elle o conheceu na plenitude da mocidade!

<< Immensa influencia tem em mim a mulher. Entretanto até agora posso dizer que ainda não amei, Sinto-me tão retrahido, acanhado em tudo, receioso do futuro ! »>

Possuo ainda valioso documento todo do punho de João Baptista Marques da Cruz. E' uma carta datada do Parecûe (Paraguay) aos 30 de Junho de 1868, a ultima que me escreveu !

Após as primeiras effusões de amizade, dizia-me : Tive a felicidade de ler, um dos primeiros, o manuscripto. da Retirada da Laguna. Sei, pelo que Você me contou, que, depois de seu illustre pai, foi o Imperador quem teve em mão esse manuscripto e, com effeito, vi notas a lapis de principio a fim. Entre parenthesis, como é que elle tem tempo para tanta cousa? E' simplesmente incrivel ! Cumpre, porém, que Você não se descuide da publicação daquelle livro. Ou eu me engano muito, ou grandes destinos lhe estão reservados. Em muitos pontos Você se levantou muito acima do que jamais pensei dos seus talentos e bem sabe a conta em que os tenho. Quem, aliás, fallaria mais e melhor dos nossos immensos soffrimentos do que esse livro? Não poucas vezes, parece inverosimil até, tal o tenebroso do caso. Pois bem, cabe-me grande alegria, enviando-lhe um jornal paraguayo que é a contraprova da verdade das scenas que Você tão bellamente descreve. Deram-m'o de presente, achado, como foi, nos montes de terra revolvidos das antigas fortificações da temerosa Curupaity, que nos custou tantas vidas. Não póde o longo artigo da primeira pagina da tal folha ter melhor lugar e applicação do que no final da nossa retirada, contada por um brazileiro. Uma narração confirma outra por modo irrecusavel. Veja como se expressa a parte official paraguaya acerca da nossa columna: « Nuestra cabaleria retirando todo recurso y cerrando los siempre por todas partes hacia acrescentar en ellos el padecimento del hambre y tuvo que recurrir á las tunas, á la rais y corazon de los árboles, y hasta comieron perros para alimento. » E mais adiante: « Siguió su destino vencida y resignada á la merced de nuestras armas. »

<< Porque, porém, não deram cabo de todos nós? E' que não puderam. E felizmente no meio dos sobreviventes ficou Você para relatar devidamente aquillo que fizemos e superámos, agitando-nos e movendo-nos num dos mais longinquos e desconhecidos recantos do Brazil.

<< Foi providencial. Por amor de todos nós, Taunay, trate da publicação desse livro ! »

Taes votos foram cumpridos, realizando-se os lisongeiros vaticinios daquelle meu precioso e inesquecivel

amigo, inseparavel companheiro dos aureos tempos da mocidade e sempre, sempre, pranteado camarada!

Publiquei, no mez de Outubro daquelle fatal anno de 1868, os traços biographicos de João Baptista Marques da Cruz na valiosa collecção dos Heroes Brazileiros da Guerra do Paraguay, dirigida por Eduardo de Sá Pereira de Castro. Vieram acompanhados de um retrato muito parecido, lithographado no Imperial estabelecimento de S. A. Sisson.

VISCONDE DE TAUNAY.

Rio de Janeiro, 6 de Janeiro de 1898

ACTAS DAS SESSÕES DE 1897

1.a SESSÃO ORDINARIA EM 7 DE MARÇO DE 1897

Presidencia do Sr. Conselheiro O. H. d'Aquino e Castro

A' 1 hora da tarde, presentes os Srs. Conselheiro Aquino e Castro, General João Severiano, Conselheiro M. F. Correia, Marquez de Paranaguá, H. Raffard, Conselheiro Alencar Araripe, Barões de Loreto, de Alencar, Homem de Mello, de Capanema, Padre Bellarmino de Souza, Drs. Cesar Marques, Nunes Pires, Machado Portella e Marques Pinheiro, o Sr. Presidente abriu a sessão. Não houve leitura de acta.

EXPEDIENTE

Pelo 1° Secretario foram lidos os seguintes officios: Do director da Faculdade Livre de Sciencias Juridicas e Sociaes do Rio de Janeiro convidando o Instituto para assistir á collação do grau aos novos bacharelandos; Do Monsenhor João Pires de Amorim convidando para assistir ás exequias do Rvd. Arcebispo D. João Esberard.

Foram nomeadas as commissões que deviam representar o Instituto.

Do Visconde de Cabo Frio (J. T. do Amaral) accusando o recebimento do officio que acompanhava os diplomas de presidentes honorarios conferidos ao rei de

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