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tempo em communicar ao governo de sua magestade a importante novidade conteúda n'este despacho; tenho portanto de rogar que me escuseis a pressa e imperfeição com que esta escrevo. Tenho a honra de ser, etc. (Assignado) Strangford.

DOCUMENTO N.o 124-A

(Citado a pag. 666)

Participação feita ao governo inglez por sir Sidney Smith
da resolução que tomára de bloquear o Tejo,

em cumprimento das suas instrucções

Navio Hibernia, de sua magestade, vinte e duas leguas oeste do Tejo, 1 de dezembro de 1807.-Senhor. - Em um despacho datado de 22 de novembro, com um post scriptum de 26, vos mandei para informação dos lords commissarios do almirantado as provas contidas em varios documentos de se achar o governo portuguez tão aterrado pelas armas francezas, que chegou a acquiescer a certos peditorios da França contra a Gran-Bretanha. A distribuição das forças portuguezas estava feita somente pelas costas do mar, ao mesmo tempo que a parte de terra ficou inteiramente sem guarda. Os vassallos britannicos de todas as classes foram detidos, e portanto veiu a ser absolutamente necessario informar o governo portuguez de que estava chegado o casò em que, em obediencia ás minhas instrucções, devia declarar o Tejo em estado de bloqueio; e havendo lord Strangford concordado commigo em que as hostilidades se deviam repellir com hostilidades, comecei o bloqueio, e as instrucções que recebemos se pozeram em pratica em toda a sua extensão, não perdendo nunca de vista a lembrança do primeiro objecto, adoptado pelo governo de sua magestade, de abrir um refugio ao chefe do governo portuguez, ameaçado como elle estava por um braço poderoso e pela pestilente influencia do inimigo. Julguei que era do meu dever adoptar os meios que

se nos franqueavam, para trabalhar em persuadir o principe regente de Portugal a tornar a considerar a sua decisão de se unir com o continente da Europa, e a lembrar-se de que tinha possessões no continente da America, que offerecessem uma ampla compensação por qualquer sacrificio que elle podesse aqui fazer, e de que seria cortado pela natureza da guerra maritima, cujo fim se não podia decidir pela combinação das potencias continentaes da Europa.

Com estas vistas, logoque lord Strangford recebeu o consentimento á proposição que tinhamos feito, de poder s. s. desembarcar e conferir com o principe regente, debaixo da segurança de uma bandeira parlamentaria, eu dei a s. s.3 a conducta e segurança necessarias em ordem a poder dar ao principe seguranças de que a sua palavra de honra como ministro plenipotenciario de el-rei, unido com um almirante britannico, não podia deixar de inspirar confiança, persuadindo a sua alteza real a lançar-se com a sua esquadra nos braços da Gran-Bretanha, descansando confiadamente em que el-rei desfarçaria um acto forçado de hostilidade apparente contra a sua bandeira e subditos, e estabeleceria o governo de sua alteza real nos seus dominios ultramarinos, como tinha geralmente promettido. Agora tenho a cordeal satisfação de vos annunciar, que as nossas esperanças e espectação se realisaram na sua maior extensão. Na manhã de 29 a esquadra portugueza, nomeada na lista junta, saíu do Tejo com sua alteza real o principe do Brazil e toda a real familia de Bragança a bordo, juntamente com muitos dos seus fieis conselheiros e adherentes, assim como outras pessoas que seguiram a sua actual fortuna.

Esta esquadra de oito naus de linha, quatro fragatas, dois brigues e uma escuna, com uma grande multidão de navios mercantes armados, se arranjaram debaixo da protecção da esquadra de sua magestade, que o fogo de uma salva reciproca de vinte e uma peças annunciou o amigavel encontro d'estes, que no dia antecedente estavam em termos de hostilidade; a scena infundiu em todos os espectadores (excepto no exercito dos francezes, que estava sobre os outeiros), os

mais vivos sentimentos de gratidão á Providencia, pois ainda existe um poder no mundo, que póde e deseja proteger os opprimidos. Tenho a honra de ser, etc.-G. Sidney Smith.

Lista da esquadra portugueza, que saíu do Tejo
aos 29 de novembro de 1807

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Pelo presente faço saber a quem convier, que sendo notorio que os portos de Portugal se acham fechados à bandeira da Gran-Bretanha, e que o ministro plenipotenciario de sua magestade britannica junto da côrte de Lisboa deixou esta capital, e em conformidade das instrucções recebidas pelo abaixo assignado, vice-almirante do pavilhão azul, commandante em chefe, a embocadura do Tejo é declarada em estado de rigoroso bloqueio. Pelo presente informo portanto o governo portuguez, que foram expedidas as ordens para que esta medida seja estrictamente executada emquanto durarem os objectos da actual desintelligencia. Os consules dos estados neutros avisarão o seu governo em tempo opportuno de que o rio se acha bloqueado, e de que contra os navios que n'elle tentarem entrar se tomarão todas as medidas auctori

sadas pelas leis das nações e pelos respectivos tratados entre sua magestade britannica e as potencias neutras.

Dado a bordo da nau Hibernia, na altura do Tejo, aos 22 de novembro de 1807. (Assignado) G. Sidney Smith.

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A declaração por que o principe regente abraçou a causa do continente foi a seguinte:

Tendo sempre tido no maior cuidado conservar os meus estados durante a presente guerra na mais perfeita neutralidade por causa das vantagens, que d'ella resultariam para os subditos d'esta corôa; não podendo todavia conserval-a por mais tempo, e considerando alem d'isto quanto convem á humanidade a pacificação geral, hei por bem acceder á causa do continente, unindo-me a sua magestade, o imperador dos francezes e rei da Italia, e a sua magestade catholica, a fim de contribuir quanto estiver em meu poder para a acceleração da paz geral. Para este effeito resolvi ordenar que os portos d'este reino sejam desde já fechados á entrada dos navios da Gran-Bretanha, tanto de guerra, como de commercio. Dada no palacio de Mafra, aos 20 de outubro de 1807.= (Assignado) Principe.

DOCUMENTO N.o 125

(Citado a pag. 667)

Proclamação do general Junot, datada de Alcantara
aos 17 de novembro de 1807

O governador de Paris, primeiro ajudante de campo de sua magestade, o imperador e rei, gran-cruz da ordem de Christo de Portugal, general em chefe:

Portuguezes! O imperador Napoleão me enviou ao vosso paiz á testa de um exercito para fazer causa commum com o vosso estimado soberano contra os tyrannos dos mares, e para salvar a vossa capital da sorte de Copenhague.

Habitantes pacificos do campo, não temaes nada; o meu exercito é tão disciplinado, quanto bravo; pela minha honra respondo pela sua conducta. Oxalá que elle ache entre vós o acolhimento devido aos soldados do grande Napoleão, e que encontre os viveres de que precisa, mas sobre tudo que o habitante dos campos fique tranquillo na sua casa. Faço-vos pois conhecer as medidas tomadas para conservar a tranquillidade publica, e afianço-vos pela minha palavra:

Todo o soldado que se achar roubando será immediatamente punido com a maior severidade.

Todo o individuo que ousar lançar uma contribuição, será levado ao conselho de guerra, para ser julgado segundo o rigor das leis.

Todo o habitante do reino de Portugal, que não sendo soldado de tropa de linha, for encontrado fazendo parte de qualquer ajuntamento armado, será fuzilado.

Todo o individuo convencido de ser chefe de tumulto, ou de uma conspiração, tendente a armar os cidadãos contra o exercito francez, será fuzilado.

Toda a cidade ou villa, em cujo territorio se houver commettido um assassinato contra um individuo pertencente ao exercito francez, pagará uma contribuição que não poderá ser menor que o triplo da sua ordinaria contribuição annual. Os seus quatro principaes habitantes servirão de refens para o pagamento da somma; e para que a justiça seja completa, a primeira cidade, ou a primeira villa onde um francez for assassinado, será queimada e inteiramente arrazada.

Mas quero-me persuadir que os portuguezes conhecerão os seus verdadeiros interesses, que secundando as vistas pacificas do seu principe, nos receberão como amigos, e que particularmente a cidade de Lisboa me verá com prazer entrar nos seus muros à testa de um exercito, que sómente a póde preservar de ser presa dos eternos inimigos do conti

nente.

Quartel general de Alcantara, 17 de novembro de 1807.(Assignado) Junot.

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