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que a Igreja celébra a festa da Visitação de Nossa Senhora a Santa Izabel, e em huma discreta allusão fez o Prior-Mór huma elegante Homilia; porque era douto, erudito, e naturalmente fallava com desembaraço, de sorte que satisfez a todo o auditorio. EIRei estava com os Infantes na Tribuna; e os Commendadores da Ordem de Sant-Iago, que hião na companhia d!EIRei, servirão ao D. Prior-Mór, dando-lhe agua ás mãos, e a toalha. Acabado o Pontifical, passou ElRei de Palmella a Coina, donde embarcou para Lisboa mui satisfeito, e com melhoras conhecidas na sua saude.

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Dá-se noticia da fundação da Igreja do Menino Deos; do luto que se tomou pela morte do Imperador José I.; e do modo com que o Bispo Capellão-Mór D. Nuno da Cunba d'Ataide recebeo o Barrete de Cardeal.

No dia 4 de Julho foi o Senhor

Rei D. João V. acompanhado dos Infantes seus irmãos o Senhor D. Antonio, e o Senhor D. Manoel, e de muitos Titulos da sua Côrte, e Casa Real lançar a primeira pedra, com muitas, e diversas moedas de ouro, fabricadas no mesmo anno, no edificio da Igreja, e Hospital do Menino Deos da Ordem Terceira de S. Francisco de Xabregas. Continuárão as obras vinte e seis annos com esmolas adquiridas pela mesma Ordem,

fazendo-se uma excellente Igreja tanto na forma da architectura, como na varia pedraria, de que toda se adorna; e no dia 25 de Março de 1737, se collocou nella a milagrosa Imagem do Menino Deos, Patrono da Ordem Terceira, e Titular da Igreja, levado em Procissão, que acompanharão com tochas o mesmo Senhor Rei D. João V., o Principe D. José seu filho, e os Senhores Infantes D. Pedro, e D. Antonio. Era Commis sario o Padre Fr. Jeronymo de Be lém, e Ministro da mesma Ordem D. Diogo Fernandes de Almeida dos Condes de Assumar, depois Principal da Santa Igreja de Lisboa.

No dia 6 do mesmo mez de Julho se encerrárão ElRei, e a Rainha por tempo de oito dias, tomando luto pezado por tempo de tres mezes, e outros tres alliviado, e na mesma forma a familia da Casa Real, e os Grandes, e Côrte, pela noticia de ter fallecido o Imperador José I. seu cunhado, como fica referido no dia 17 de Abril deste anno.

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Creando o Papa Clemente XI. Cardeal por nomina d'ElRei a D. Nuno da Cunha de Ataide, Bispo de Targa, do Conselho d'Estado, Ministro do Despacho, e Inquisidor Geral nes1712 tes Reinos, a 18 de Maio, chegou a noticia a Lisboa por hum Expresso a 15 de Julho, e foi recebida com universal applauso nesta Côrte. Trouxe-lhe o Barrete o Monsenhor Marculini, Camareiro privado do Papa; e no dia 8 de Outubro em hum Sabbado determinou ElRei de lhe fazer a honra de lhe pôr com a sua Real mão o Barrete; e assim no referido dia, ás onze horas da manhã, foi o Cardeal ao Paço em público com hum luzido estado, composto ainda das vestes Episcopaes roxas, como andava, levando comsigo na liteira ao Prelado, que lhe trouxera o Barrete, sendo acompanhado de todos os Grandes, e Fidalgos da Côrte, e entrando no pateo da Capella, por ordem, que tiverão, o forão receber o Conde de Redondo Thomé de Sousa, Vêdor da Casa d'ElRei, e D.

Filippe de Sousa, Capitão da Guarda Alemã, com a mesma guarda, que se pôz em duas alas para elle passar e sendo conduzido a huma sala do Paço da parte do Forte, estava nella hum Altar ricamente ornado, e da parte da Epistola hum bofete coberto com hum panno, e sobre elle huma bandeja dourada, em que estava o Barrete, que naquelle lugar puzera o Guarda-Tapessaria

João de Leiros, coberto com hum tafetá encarnado: estava huma almofada de tela, e outra hum pouco distante de veludo para o Cardeal. Sahio EIRei para ouvir Missa, e o Prelado lhe offereceo em huma salva a Bulla do Papa, que ElRei tomou, e tornando-a a pôr na salva, a mandou lêr pelo Prelado, que lida, a tornou a offerecer a ElRei, o qual lhe ordenou a désse ao Cardeal. Acabada a Missa, tomou o Mestre de Ceremonias a salva, em que estava o Barrete, e dando-a a Monsenhor Marcnlini apresentou a ElRei o Barrete, que tomando-o, o poz na cabeça do

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