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dar fuas inftrucções, e a fua, fazer o que compriffe ao ferviço do feu Rey; e acabada efta prática, pedio-lhe o Embaixador que o defpachaffe, porque fe queria partir. Afonfo Dalboquerque lhe diffe, que fe não agaf taffe, porque queria fazer preftes hum meffageiro, pera mandar em fua companhia ao Xeque Ifmael. Recolhido o Embaixador pera fua cafa, mandou Afonfo Dalboquerque chamar o do Rey de Ormuz, e perguntoulhe a que vinha, e que recado era o que trazia pera o Çabaio? O Embaixador The diffe, que Cogeatar o defpachára, e que a principal coufa a que vinha era offerecer todo o eftado do Rey de Ormuz ao Çabaio, pedindo-lhe favor, e ajuda contra os Portuguefes; e falando-lhe nas coufas paffadas de Ormuz The diffe, que fe não cfcandalizaffe de Cogeatar, porque os Capitães foram caufa de todas as differenças, que antre ambos ouvera.

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Paffada efta prática, que Afonfo Dalboquerque teve com os Embaixadores, entendeo logo em defpachar Ruy Gomez, criado del Rey D. Manuel, (o qual fora degradado/deftes Reynos de Portugal pera a India na Armada do Marichal,) pera o mandar ao Xeque Ifmael, em companhia do feu Embaixador, e por elle lhe efcrevco huma carta, e outra ao Rey de Ormuz,

que

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que ao diante vão efcritas, e deo-lhe huma inftrucção do que avia de dizer ao Xeque Ifmael da fua parte, o qual Ruy Gomez levava em fua companhia hum lingoa, e hum criado feu. Como Afonfo Dalboquerque o teve defpachado, mandou chamar o Embaixador do Xeque Ifmael, e fez-lhe mercê em nome delRey, e defpedio-os que fe foffem, os quaes fe embarcáram em duas náos, de que era Capitão e Feitor Cogeamir, hum Mouro honrado de Cananor, que achou em Goa, o qual os Rumes cativáram, vindo elle em huma náo fua de Ormuz com cavalos, dizendo, que quem o mandava navegar o mar da India com feguro delRey de Portugal, e não do grão Soldão; e por elle efcreveo Afonfo Dalboquerque huma carta a Cogeatar, em que lhe dizia, que fe quifeffe tornar á obediencia delRey de Portugal feu Senhor, e pagar-lhe o tributo, que com elle tinha affentado , que as coufas paffadas foffem efquecidas; e que lhe pedia muito que aquelle Embaixador do Xeque Ifmael não pagaffe nenhum direito das fuas mercadorias, e que a Ruy Gomez, que elle mandava por Embaixador déffe encavalgaduras, e dinheiro, e tudo o que elle e os feus ouveffem mifter; e que lhe pedia que o retorno das mercadorias Cogeamir levava, que eram delRey feu Senhor,

,

> que

nhor, lhe mandaffe em cavalos, e que as náos , que vieffem de Ormuz pera Goa trouxeffem certidão fua, e todas vieffem a Goa, porque não vindo a ella, as não avia por feguras.

CARTA, QUE O GRANDE AFONSO DALBO-
QUERQUE ESCREVEO POR RUY GOMEZ
AO XEQUE ISMAEL.

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e da

e do

Uito grande, e poderofo Senhor antre os Mouros Xeque Ifmael: Afonfo Dalboquerque Capitão geral, e Governador da India, polo muito alto, e muito poderofo ElRey D. Manuel, Rey de Portugal, e dos Algarves daquém, e dalém mar em Africa Senhor de Guiné Conquista, Navegação, Commercio de Thiopia, Arabea, Perfia, e da India Reyno, e fenborio de Ormuz, e do Reyno, e fenhorio de Goa: vos faço faber, como : ganhando eu a Cidade e Reyno de Goa achei nella voffo Embaixador, ao qual fiz I muita honra, e tratei como a Embaixador de tão grande Rey, e Senhor, e olhei todas fuas coufas, como fe elle fora enviado a eftas partes pera ElRey de Portugal; e = porque eu fei certo, que ElRey D. Manuel meu Senhor folgará de ter conhecimento, amizade, e prática comvofco, vos envio efte messageiro, ao qual dareis credito a to

das

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das as coufas, que da minha parte vos differ, porque he cavaleiro criado delRey meu Senhor homem enfinado na guerra, criado nas armas de noffo coftume, e de todas as coufas dos Reynos de Portugal vos faberá dar muito boa rezão. Bem fabeis como ganhei a Cidade, e Reyno de Ormuz por mandado delRey meu Senhor e dali me trabalhei por ter conhecimento de volfo eftado, poder, e mando, e vos quifera mandar meffageiros, fe as cousas de Ormuz fe não danárão, as quaes efpero em Deos, que cedo tornaráo affentar, porque efpero de ir lá em peffoa, e dali trabalharei de me ver comvofco na ribeira do mar, e portos de voffos Reynos; porque o poder, que trago delRey meu Senhor de nãos, e gente no mar he pera deftruir, e lançar fóra as náos do Soldão, que entrarem na India,

,

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e tomá

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quiferem nella tomar affento, o qual feito com ajuda de Deos temos acabado , porque o feu Capitão Mirocem, e a fua Armada foi desbaratada em Diu ram-lhe todas as fuas náos, e artilheria, e matáram-lhe toda a sua gente, e agora as desbaratei, e ganhei a Cidade de Goa, e toda fua Armada, e os lancei fóra della, como vos dirá voffo Embaixador; e porque eu tenho fabido que elle be volfo imigo, e vos faz a guèrra, vos mando efta

no

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nova, e vos offereço contra elle minha peffoa, e Armada, e gente delRey meu Senhor pera o ajudar a deftruir, e ferei contra elle cada vez que me requererdes pera illo. E querendo vós deftruir o Soldão por terra, podereis ter delRey meu Senhor grande ajuda de Armada por mar, e creio que com pouco trabalho fenhoreareis a Cidade do Cairo, e todo feu Reyno, e fenhorio, e affi vos póde ElRey meu Senhor dar grande ajuda por mar contra o Turco, e fuas Armadas por mar; e vós com vosso grande poder e gente de cavalo por terra, trabalhofamente fe poderá defender. E na India tem grandes Armadas, com que vos póde ajudar. Affi que a amizade preftança de hum tão grande Rey, como be ElRey meu Senhor por mar, e par terra deveis de querer aver, e derveis-lhe de mandar voffos Embaixadores, porque folgará muito de ver quem lhe faiba dar rezão de voffos Reynos, e fenhorios. E fe Deos ordenar que efte comercio, e amizade fe faça, vinde vós com voffo poder fobre a Cidade do Cairo, e terras do grão Soldão que confinam comvofco, e ElRey meu Senhor paffará em Jerufalem, e lhe ganhará toda a terra daquella banda: e pera certeza do que nifto efperais de fazer, convem mandardes voffos meffageiros, e por

,

el

e

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