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de crer o que lhe eu dezia e quanto ao remedio dos dannos comuns avendosse por fraco e não sufficiente para tanto tanto cargo, mas que n isso poria todas suas forças e cuidado, e despenderia a vida, e derramaria o sangue se comprisse, e que o que tocava em particular a Vossa Alteza elle confessava estar esta see apostolica muito obrigada aos reis desses reinos pella grande obediencia e respeito que lhe tinhão e assi pellos asinalados feitos que em seu serviço e acresentamento da feé cada dia fazião e que os mesmos esperava em Deus receber de Vossa Alteza com o qual era muito justo que os pontifices tivessem muita conta, e ajudassem e favorecessem em suas obras e emprezas com muitas graças e merces como elle faria em tudo o que podesse e requeressem. Isto disse por muitas vezes e com muita demostração de amor e obrigação pellas quaes pallavras lhe tornei a beijar o pee com replicas que para comprimentos são necessarias e para escrever escusadas.

da

Disse lhe quanto a obediencia que eu tinha comissão pera lha dar da parte de Vossa Alteza como no recado lhe tinha ditto, mas que estando em coresma e tão perto de somana mayor não parecia o tempo conveniente nem de boom agurio para o contentamento com que Vossa Alteza me mandava fazer aquelle acto ouvesse por bem transferillo para depois pascoa respondeo que lhe parecia bem. A carta que Vossa Alteza lhe escreveo por ser em portuguez entendeo mal, e com trabalho declarandolha eu o milhor que pude disse me que a queria ver em italiano e portanto que lha fizesse copiar e lha tornasse fillo assy e será necessario fazer se a todas as que de lla vierem e para isso cumpre mandarem me sempre as copias das que Vossa Alteza escrever e as que forem de importancia como inuitas vezes acontesse approvaria virem de la em latim as proprias de Vossa Alteza e inda que seja mudar custume não perde da autoridade quem fizer entender o que lhe cumpre inda que seja em lingoa alhea quanto mais que a latina he comum e estimada entre todos.

Neste dia e pratica não fallei a Sua Santidade em outro mais negocio que nos tocantes a visitação por poder certeficar ser a vinda daquelle correo soomente a esse effecto e por incidente tratou tambem Sua Santidade do concilio, e dos desejos que tinha da conclusão nelle, e que elle queria prevenir aos principes com o publicar primeiro que lho elles requeressem, e que acabando de chegar os embaixadores de França e Castella que vinhão a dar a obediencia e entendendo o que estes reis e emperador querião de novo lhes intimaria o dito concilio, e que no que nelle

era comesava ja com conceder indulgencias plenarias como para socorro de taes negocios compria, e porque o concilio de Trento não se podia chamar acabado e que sendo nelle procedido canonicamente se devia continuar e proseguir e para isso comessaria logo com autoridade dos principes a convocar as pessoas que avião de vir, e que esta sua vontade e determinação me rogava escrevesse a Vossa Alteza para que emquanto lhe não mandava seus breves sobre esta materia Vossa Alteza estar prevenido do que a esta obra comprisse sperando de Vossa Alteza ajuda e favor, como de tão catholico rey se deve confiar a execução e boom effeito deste negocio e que pera elle se fazer com mais autoridade e reputação queria que todos os reys catholicos promettessem por escritto compririão e farião comprir e executar tudo o que no ditto concilio se determinasse e a isso constrangerião com armas e forças aos rebeldes e que a Vossa Alteza faria o mesmo requerimento crendo que por elle não ficaria tal obra (sic). Eu The respondi a esta partida sem lhe por duvida nesta promessa dos reis porque creo que nem elles a farão nas pallavras nem no scritto por não dillatarem esta determinação de Sua Santidade com inconvenientes porque depois cada hum faz o que lhe melhor esta como se custuma. A este modo lhe disse que Sua Santidade estivesse seguro e não duvidasse que em Vossa Alteza acharia animo prompto e deliberada vontade para obra tão santa e necessaria, e que para o effecto della não daria evantagem a nenhum outro principe. Tratamos nesta pratica da perdição da christandade e do danno em todas partes e da necessidade do concilio e confiado no zello e favor de Sua Santidade me atrevi a fallar lhe largo como seu servidor nesta materia não lhe encobrindo que se sospeitava destas demostrações suas poderem ser como as de todos os passados que as fazião por entreter as querellas do mundo e não por desejos de as remediarem entendendo sse que nem os pontifices nem o collegio dos cardeais querião o concilio como devia de ser que Sua Santidade devia tirar esta opinião com não descansar ate effectuar o que todos não criam e para a brevidade que era o mais importante aas necessidades devia prover com atalhar os casos de que se soe consultar com muita dillação a saber do lugar do modo e do quando que isto devia propor juntamente com a intimação resolvendo sse em tudo sem outras mais consultas dessem sospeitas de dilação e assi lhe propus as desaventuras e trabalhos da igreja e lhe provei por rezões que elle confessou por verdadeiras que não acodindo com muita deligencia e grande esforço não terião dentro em dez

que

annos os pontifices este nome e autoridade em Roma e que elles e o collegio dos cardeaes estarião escondidos em couisas (?) e que não averia quem quizesse estes titollos senão os que quizessem ser martyres, portanto que ou por zello de Deus e por amor destado compria acodir, pois tudo estava em tal precipicio e ruina. Não me negou estas rezões, nem o perigo em que tudo estaa tornou com muitas palavras a confirmar o dito e a desculparsse de não ter mandado aos reis sobre este negocio sperando por seus embaixadores. Nesta materia tornou Sua Santidade a fallar comigo em outro dia mui largo e por muito espaço e com mostras de confiança e tratando em abreviar o tempo podendo perder se muito na perfia do lugar avendosse de eleger de novo, e affirmando elle que a convocação do concilio não era senão proseguir o começado em Trento lhe disse que sendo aquelle lugar electo e asseitado por todos os reis naquelle tempo e consentido por ellemães, não devia mudar sse delle para escusar as controversias em outra eleição. Assentou parecer lhe bem e que esse Trento queria nomear e que o quando seria para seis mezes e o modo o que parecesse justo e que elle mostraria claro não tratava de seu respeito nem proveito dando hua cor de se someter ao concilio que esta he sempre toda a dificuldade, depois entendi mais claro estar elle neste preposito. Está a igreja de Deos tam perdida e a autoridade dos papas deminuida que por ambas as rezões lhes cumpre sofrerem o que antes se receavão para se poderem recuperar e ficar com algua cousa porque França como Vossa Alteza deve ter entendido pello embaixador João Pereira estaa de todo sem remedio no que toqua a religião porque se entende que das dez partes da gente daquelle reino as oito são luteranas El Rey forçado das necessidades parecendo lhe se dilataria o concilio general pedia segundo me Sua Santidade disse licença para convocar os prelados da nação e fazer hum nacional a Sua Santidade não pareceo rezão pellos inconvenientes que a isso ha e se escuza com a brevidade do geral. El Rey de França mandou vizitar Sua Santidade monsiur de la Bordaziere irmão mais velho do duque dAngoleme que aqui reside por seu embaixador e o dito Bordaziere foi o principal no dar da obediencia, e vinha soo nomeado na carta de crença que se leo pubrica. Na oração que fizerão tratarão dos trabalhos daquelle reino por causa da religião e persuadirão Sua Santidade ao concilio general com muita instancia, o embaixador que veo se parte com muitas palavras e speranças e o papa me disse que tanto que acabasse de chegar o conde de Tendilha que por parte del Rey de

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Castella vem nos queria ajuntar a todos os embaixadores dos reis e comunicar comnosco sua determinação no caso do concilio e tomar nossos pareceres e com a resolução despachar a nossos senhores e por em effeito tudo o necessario.

E comtudo no fervor de tão importante negocio não se descuida Sua Santidade do acresentamento de sua casa e do que cumpre a seus sobri nhos, como mais largamente direi onde couber contar semelhantes novas. Depois da primeira pratica que com o papa tive de visitação da parte de Vossa Alteza lhe tornei dentro em dous ou tres dias a fallar no negocio de Pombeiro avendo alguns que por arteficio me callava pellos mais culpar na ida do Canobio a esse reyno (como ja em outras que levou frey Phellippe de Mello tenho scritto) e dizendo a Sua Santidade o contentamento que Vossa Alteza recebera da primeira concessão, e como não podia crer a mudança disso e esperava tendo considerado o caso estaria eu ja satisfeito Sua Santidade me não deixou acabar e tornou a repetir o que mil vezes tem praticado comigo, e se tornou a affirmar daria o dito mosteiro para a reformação mas que folgaria darse lhe para seu sobrinho, o qual ja tinha mandado a Canobio que fosse de Castella tomar a pos sissão e sperava por recado seu eu me espantei desta determinação de Sua Santidade e me mostrei scandalizado de me não dar conta della, e The dei as rezões para o estar muito, assi pello que ao negocio compria como pello respeito que Sua Santidade me devia ter e elle me atalhou com me dizer que não cuidava que eu me pudesse escandalizar e que então me dava conta e me rogava fizesse com Vossa Alteza o officio elle que esperava. Respondi lhe que era ja passado o tempo daquelle comprimento e de eu poder fazer aquelle officio e que eu me tirava afora de qualquer desgosto que disso succedesse como era rezão Vossa Alteza o tivesse de tal modo de nogocear. Mostrou querer me abrandar com palavras e esperanças de tudo se resolver em bem dizendo me fallasse eu com Borromeo, e que posto que lhe davão muito grande pensão pello mosteiro elle faria melhor partido comigo, a esta palavra me levantei da cadeira e de giolhos The disse que como servidor de Sua Santidade não podia deixar de lhe dizer que a sua autoridade e opinião daquelle lugar não compria nem estava bem este nome de partido em beneficios, nem eu por parte de Vossa Alteza avia de tratar daquelle modo pello scrupullo que sempre The poderia ficar de nisto se não proceder liberamente e sem pacto. Sentio o que tinha ditto, e disse que elle desejava de me contentar e que me ajuntasse

com o cardeal Monte pulchano e com o de Santa Flor e que por este meo se averia algua boa conclusão não aceitei nem desaceitei, mas eu não lhes fallei nesta materia porque com a frieza nella se ganha e com Sua Santidade acabei a pratica com amizade e concessão doutras graças.

Passados poucos dias chamou o cardeal Monte pulchano e lhe deu conta do meu scandallo e lhe rogou que me adoçasse no negocio de Pombeiro, e em aver de mandar nuncio dizendo lhe a instancia que eu por muitas vezes lhe tinha feito para o strovar, o dito cardeal lhe fallou bem segundo mo referio, e depois de fallarmos e lhe eu dar as causas de meus queixumes e as de desviar a ida do nuncio, e procurar a revalidação da legacia para o senhor cardeal lhe pedi dicesse a Sua Santidade eu em ambas estas partes não procurava al que o seu serviço e que em tudo o em que eu pudesse mostrar esta vontade tivesse por certo que ningem o serveria melhor. Tornou Monte pulchano a Sua Santidade o qual se resolveo em me chamar juntamente com elle cardeal e com o de Sancta Flor para me declarar sua vontade nestes dous negocios. Passaran sse alguns dias nos quais lhe eu fallei em outros requerimentos e o acompanhei em actos publicos sem me elle dizer cousa tocante a este chamamento e n este tempo teve aviso e cartas do Canobio a quem tinhão mandado comissão para ir tomar a posse de Pombeiro pellas quaes se escuzava com rezões e duvidas e deffeitos nos breves que de qua lhe tinhão mandado, do qual Canobio Sua Santidade mostrou receber desgosto e disse pallavras contrelle, e esta he a rezão por onde o dito Canobio não he ido aquelle effecto como por frey Phellippe de Mello tenho escritto hiria e creo foi assi melhor por se la escusar o feitio necessario nesta obra com esta reposta do Canobio entendo pareceo ao papa e a Barromeo seu sobrinho se devia dar mais pressa a mandar nuncio pello qual se podesse aver o effecto da posse posto que tambem foi mui principal parte para se apressar a isso ter dado o governo de Bolonha a Prospero Santa Cruz auditor da Rotta e elle mandado ja o seu fatto a Bolonha e dizendo lhe Sua Santidade hua tarde que ao outro dia pella menhaã viesse a elle com os embaixadores de Bolonha para o espedir e dar a benção e indo elle ás oras e dia como lhe era mandado lhe disse o papa que naquella noite o Spirito Santo o tinha mudado de sua opinião e não queria que fosse a Bolonha, mas cuidava mandallo a Portugal por nuncio para com Vossa Alteza tratar o que fosse necessario ao concilio.

Na mudança daquelle governo tanta parte teria o Spirito Santo como

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