A Escola velha O presente volume completa o estudo sobre a formação do Cancioneiro de Resende, começado nos Poetas palacianos do seculo XV; dividimol-o no ponto em que o novo espirito da poesia italiana, com o idealismo e com o sensualismo da Renascença, ia penetrando com vida as palidas imitações da eschola hespanhola. Deu-se este phenomeno de conciliação de um modo tão natural, que se não suscitaram luctas. O livro de Bernardim Ribeiro e os Bucolistas, faz a historia d'esse momento de transição pacifica, que só foi perturbado depois de 1527, travando-se um combate analogo ao da pleiada franceza. Na Historia dos Quinhentistas já haviamos narrado as luctas da eschola italiana em Portugal; faltava ainda reconstruir a vida moral dos seus antecessores, dos que desbravaram o campo que produziu a vigorosa seiva do seculo XVI. É o que VIII apresentâmos, na vespera de um concurso para a Cadeira de Litteraturas modernas e especialmente a Litteratura portugueza. Em uma terra aonde o trabalho intellectual é uma cousa sagrada, e aonde os resultados positivos da sciencia asseguram ao homem que estuda, respeito e tranquillidade, o auctor dos dez volumes da Historia da Litteratura portugueza, estava seguro de que o seu direito ao magisterio estava acima dos programmas officiaes, nem seria vilipendiado pela espectativa de provas oraes, e pelo acaso de uma votação. Esses livros são pedidos para a Allemanha, Inglaterra, França, Hespanha e Brazil; mas em Portugal não são conhecidos, e é por isso que o unico tribunal para que podiamos appellar—a opinião publica — não fortalece a nossa voz, e fica mudo na hora do protesto. |
